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Apenas 58% do público-alvo da vacina contra a dengue foi imunizado em 13 meses

Aplicação das doses em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos começou no dia 11 de abril do ano passado

Da Redação
15/05/2025 às 10:05.
Atualizado em 15/05/2025 às 13:51
Prefeitura calcula que 65,2 mil pessoas na cidade fazem parte do público-alvo de 10 a 14 anos (Alessandro Torres)

Prefeitura calcula que 65,2 mil pessoas na cidade fazem parte do público-alvo de 10 a 14 anos (Alessandro Torres)

Com 31.116 casos de dengue em Campinas em 2025, a Secretaria de Saúde de Campinas divulgou ontem que foram aplicadas 37.763 doses da vacina que protege contra a doença em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos desde o início da campanha, em 11 de abril de 2024, até o último dia 5. O número representa 58% do público-alvo, estimado em 65,2 mil.

A doença já matou três pessoas neste ano em Campinas. Na faixa etária de 10 a 19 anos, uma vez que o Painel de Monitoramento das Arboviroses, da Prefeitura, não disponibiliza dados especificamente para a faixa de 10 a 14, a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti já infectou 3.718 jovens, 1.829 do sexo masculino e 1.889 do feminino.

A Saúde alertou que, além de parte do grupo indicado ainda não ter recebido vacina, há 8,4 mil pessoas com esquema incompleto. A Secretaria reforçou o apelo aos pais e responsáveis. “É muito importante que o público-alvo receba as duas doses para evitar sintomas graves e hospitalizações por dengue”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli.

Os imunizantes podem ser encontrados nos centros de saúde (CSs) da cidade. O esquema vacinal é formado por duas doses, sendo que o intervalo recomendado entre cada aplicação é de três meses. Não é preciso realizar agendamento para receber a vacina. Basta ir até a unidade básica de referência e apresentar documento de identidade com foto e a caderneta, se tiver. As salas de vacinação funcionam conforme horário de cada CS. Endereços e contatos estão disponíveis na página: https://vacina.campinas.sp.gov.br.

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

LIMPEZA

Para combater a proliferação do vetor da doença, a Prefeitura vem adotado várias medidas, entre elas os mutirões de limpeza e vistoria nas residências e comércios, inclusive durante a semana. O último deles, o 8˚ mutirão, resultou na visita de 8,1 mil imóveis e removeu 379 toneladas de resíduos. Ação aconteceu nas regiões do Satélite Íris 1 e do São Judas Tadeu, em Campinas, no dia 9 de maio. O trabalho reuniu pelo menos 150 pessoas, incluindo agentes de saúde, voluntários e funcionários da empresa Impacto Controle de Pragas, para remover criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e orientar os moradores.

“O enfrentamento à dengue é contínuo, incluindo os dias mais frios nas estações de outono e inverno”, ressaltou Priscilla Pegoraro, assessora técnica do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas (Devisa).

Estatísticas do Ministério da Saúde mostram que de 75% a 80% dos criadouros do Aedes estão nas residências. Com isso, a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

A Prefeitura conta com um Comitê de Prevenção e Controle de Arboviroses desde 2015. Em 2023, ele passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Desenvolvimento e Assistência Social. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde.

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