CAMPINAS

Saúde faz concurso para postos críticos

Seleção será específica para unidades do Campo Grande e Anchieta, recusadas por médicos

Patrícia Azevedo
16/10/2013 às 09:19.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:09
Quadro na recepção indica falta de clínicos e presença de apenas um pediatra no último dia 11 no PA do Campo Grande: população desassistida ( Cedoc/RAC)

Quadro na recepção indica falta de clínicos e presença de apenas um pediatra no último dia 11 no PA do Campo Grande: população desassistida ( Cedoc/RAC)

Salário ruim, aliado às más condições de trabalho, e falta de segurança são alguns dos fatores que estão dificultando a fixação de médicos nas unidades de pronto atendimento Campo Grande e Anchieta, na periferia de Campinas. O problema forçou a Prefeitura de Campinas a abrir, este mês, um quarto concurso público para a contratação de médicos, só que desta vez exclusivamente para os dois PAs em déficit. Serão 42 vagas, sendo 35 para clínico geral e sete para pediatra. Na avaliação da delegada regional do Conselho Regional de Medicina em São Paulo (Cremesp), a médica Sílvia Helena Rondina Mateus, para atrair a categoria, faltam um plano de carreira específico e um salário condizente com a formação. “Os benefícios não são incorporados ao salário, que é ruim e, além disso, as condições de trabalho são ruins”, afirmou.A falta de médicos nas duas unidades é um problema crônico que vem causando prejuízos para a população das duas regiões. Apesar dos concursos e das contratações emergenciais feitas para preencher as vagas, a Secretaria de Saúde não conseguiu completar o seu quadro. O resultado é a desassistência em alguns dias da semana, principalmente entre sexta-feira e domingo. Ainda segundo a delegada do Cremesp, a estrutura física das unidades não é o maior problema. “A estrutura não é tão ruim, o estresse a que o profissional está submetido é muito grande por causa da demanda enorme, da falta de segurança e da falta de profissionais”, disse. Para atrair médicos para a área de urgência e emergência, a Secretaria de Saúde oferece um bônus que varia de R$ 1,3 mil a R$ 3,9 mil, de acordo com a carga horária do profissional. Mas esse valor não é incorporado ao salário. “É imprescindível ter quantidade de profissionais adequada para que o médico consiga prestar atendimento de qualidade e trabalhar sem a pressão. Outra deficiência é a falta de leitos de retarguada para internar os pacientes graves atendidos nas unidades. Sem leito não tem como transferir pacientes do PA”, afirmou. O novo processo seletivo está em fase de elaboração. O secretário de Saúde, Carmino de Souza, que adiantou a possibilidade do concurso na semana passada ao Correio, reconheceu as dificuldades em fixar médicos nas duas unidades e explicou que os PAs são os mais distantes, com maior dificuldade de acesso por parte dos médicos. “São 42 vagas, 35 para clínico geral e sete para pediatras. Devemos preencher 30 vagas. Se acontecer isso, estaremos com a ocupação, se não a ideal, bastante melhorada.” Souza disse ainda que essa dificuldade não é exclusividade de Campinas. “O Brasil todo está tendo essa dificuldade”, afirmou. Veja também Outubro Rosa aumenta 50% a procura por mamografias De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, o número chegou a 2478 até esta terça (15) Tumulto em fila de Centro de Saúde em Campinas Centro de atendimento a drogados é inaugurado Diferencial será o horário de funcionamento, que será 24 horas, segundo o secretário de Saúde

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