REDE PÚBLICA

Saúde de Campinas ganha mais 243 médicos

Pacote anunciado nesta sexta-feira prevê ainda a entrega de 56 leitos no Hospital Mário Gatti

Milene Moreto
29/06/2013 às 05:05.
Atualizado em 25/04/2022 às 10:41

Alvo constante de críticas nos protestos que levaram milhares de pessoas para as ruas em Campinas e em todo o País, a Saúde foi o setor escolhido pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) para a divulgação de uma agenda positiva do governo com um balanço das ações do primeiro semestre, por ser considerado o setor mais crítico da Administração.

O peessebista priorizou o anúncio da contratação de 243 médicos, o que, segundo o governo, supre a demanda do Sistema Público de Saúde (SUS) no atendimento a 500 mil usuários. O chefe do Executivo afirmou que entregará no próximo mês 56 leitos reformados no Hospital Mário Gatti e dará início a convênios com os hospitais filantrópicos. Na tentativa de captar mais recursos para o setor, o secretário de Saúde, Carmino Antonio de Souza, se encontrará com a presidente da República, Dilma Rousseff, na próxima quinta-feira, após uma intervenção de Jonas com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Com a contratação de 243 médicos, o Executivo afirma que a rede está abastecida de profissionais e que agora depende apenas de gestão para que haja melhora no atendimento. O governo ainda não definiu onde esses profissionais serão alocados. Um estudo na próxima semana deverá indicar quais são as necessidades de cada uma das 100 unidades de saúde da cidade.

Um dos principais problemas das prefeituras para manter os médicos na rede pública é o salário. Com rendimentos maiores na rede privada, os profissionais desistem de continuar no cargo e a substituição depende da abertura de novos concursos.

No cálculo do governo, um médico hoje com uma carga horária de 36 horas semanais que realiza, por exemplo, três plantões de 12 horas, pode chegar a receber R$ 10,8 mil. “Nós igualamos os salários dos médicos que atuam em centros de saúde e nos pronto atendimentos. Aumentamos o prêmio de produtividade de R$ 1.040,00 para R$ 3.900,00 e quem tem jornada superior a 20 horas agora vai receber o valor integral do vale-alimentação, que é de R$ 590,00.”

Sobre a falta de estrutura dos centros de saúde, outra reclamação dos profissionais da área, Jonas disse que priorizou no primeiro semestre a recomposição do pessoal. “Nós perguntamos para a população o que era mais importante. Ter médicos ou construir e reformar as unidades de saúde. A resposta foi unânime e todos pediram os médicos. Portanto, as ações que melhoram as estruturas ficarão agora para o segundo semestre”, disse o chefe do Executivo.

A rede pública de Saúde em Campinas conta hoje com 1.651 médicos. Segundo Carmino de Souza, na conta da população que depende exclusivamente do SUS, existe um médico para 250 habitantes. “O que teoricamente, pelos indicadores da Organização Mundial da Saúde, é suficiente. Agora nós temos que trabalhar na gestão”, afirmou o secretário de Saúde.

Durante as comemorações do aniversário de Campinas, em julho, serão entregues os 56 leitos que passaram por reforma no Hospital Mário Gatti. Jonas também deve homologar outro concurso público para a contratação de agentes de apoio à Saúde, funcionários para a farmácia, biomédicos, enfermeiros e técnicos de saneamento.

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