Doses

Satisfação garantida na Rua Uruguaiana

Os mais antigos ainda o conhecem como Bar do Zezinho, pois o ex-comandante herdou a birosca do pai e lá ficou por mais de 40 anos, numa época em que o lema era nunca fechar

Marita Siqueira
09/10/2016 às 05:00.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:07
Ricardo, Antenor e Nenê dividem o comando do bar que há quase cem anos funciona na movimentada Francisco Glicério (Fábio Mello/AAN)

Ricardo, Antenor e Nenê dividem o comando do bar que há quase cem anos funciona na movimentada Francisco Glicério (Fábio Mello/AAN)

O Bar Basso não é nenhum achado da coluna, uma vez que está encravado na emblemática Avenida Francisco Glicério e há quase um século acolhe notívagos em Campinas. Mas, por essas mesmas razões, merece sempre uma resenha. Único botequim de esquina atualmente aberto na movimentada via central, o Basso, com a Rua Uruguaiana, é um notório ponto destinado à boemia. Os mais antigos ainda o conhecem como Bar do Zezinho, pois o ex-comandante herdou a birosca do pai e lá ficou por mais de 40 anos, numa época em que o lema era nunca fechar. Dizem até que um dia ele teve que encerrar o expediente mais cedo para acompanhar o enterro de um parente, mas as portas emperraram porque nunca tinham sido levadas abaixo. Depois que Zezinho vendeu o bar, continuou a frequentá-lo até falecer, quatro anos atrás. Seo Antenor Basso, já aposentado, assumiu a casa há 20 anos e, embora nos últimos dois tenha passado a batuta para o filho Ricardo, ainda é figura presente atrás do balcão todos os dias. Ricardo recebe os primeiros “gorozeiros” e fica até o final da tarde, quando o pai e o irmão Nenê (ou Chef Nenos) tomam à frente e finalizam por volta das 20h. O bar não atende mais os boêmios noturnos, porém faz a alegria dos matutinos e vespertinos. O ambiente, por si só, abraça o bon- vivant. Salgados reluzem na estufa (destaque para coxinhas e porpetas), balas e doces estão espalhados pelo balcão de banquetas fixas, há garrafas por todos os lados e algumas relíquias, como um calendário manual. Outra preciosidade é o armário com parte da coleção de cachaças do Ricardo – ele tem cerca de 1.800 exemplares em casa. Além disso, os comes são dignos de lamber os beiços. O carro-chefe é o omelete gigante, feito com quatro ovos, bacon, presunto, queijo, cebola, tomate e maionese. Enquanto proseávamos, Nenê praticava seu talento de chef na chapa e apresentou o suculento prato que serve pelo menos quatro pessoas, a não ser que você seja como o Folha A4, apelido que deu ao amigo magrelo que traça tudinho e ainda quer repeteco. Aos sábados, sardinha, moela, linguiça artesanal, joelho e costela entram em cena, deixando a cozinha mais interessante. Dona Odete, mulher do Antenor, também já passou as panelas para os filhos, mas fica de olho nos temperos. Seja o que for comer, para forrar o estômago ou se esbaldar, a satisfação é sempre garantida. BAR BASSO Avenida Francisco Glicério, 207, Vila Lídia, Campinas, f. (19) 97406-7411. Aberto de terça a sábado, das 9h30 às 20h.    

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