Santo Antônio do abacaxi

A festa de Santo Antônio do Abacaxi, em Itatiba, tem barracas com bolos recheados com frutas variadas, mas também serve polenta, acredita?Tudo junto e misturado para fiel nenhum botar defeito. Tudo começou em 1904, quando o senhor Antônio Geminiani, imigrante italiano, chegou à cidade e comprou terras para o plantio de abacaxi, junto com a família Simioni. À margem de uma estradinha ele iniciou a construção da capela de Santo Antônio, que ficou pronta em 1907, sendo colocado ao lado do pequeno altar um quadro do Santo de Pádua, que passou a ser conhecido carinhosamente como Santo Antônio do Abacaxi, por conta do plantio escolhido pelas famílias italianas. Em 1917, Geminiani trouxe de Pádua uma grande imagem do santo dos pães. E, no ano seguinte, teve início a procissão de Santo Antônio, que partia da Igreja do Rosário, no centro de Itatiba, até a pequena capela. Com a chegada dos fiéis à capelinha, eram celebradas a santa missa e a festa do padroeiro. Portanto, há 100 anos acontece a festa de Santo Antônio. No comando de tudo está o padre que tem nome de artista: Tarcísio Spirandio. Natural de Bragança Paulista, o sacerdote está na paróquia há sete anos. Ele conta: “A festa de Santo Antônio é organizada pelos fiéis da paróquia, que atuam em dois ambientes: o litúrgico e o social. A parte litúrgica do evento acontece durante treze dias, daí o nome de trezena de Santo Antônio. Nesses dias há distribuição de muitos pães. Uma equipe se encarrega de ensacá-los para que sejam distribuídos de forma higiênica após a benção final. Há várias equipes que se revezam no decorrer da trezena para a celebração, ajudando na acolhida, música, leituras, comentários e outros serviços ministeriais celebrativos”. A parte social, que acontece nos treze dias, tem vários setores que necessitam de muitos voluntários. “Temos o frango com polenta. Também há bolo, pastel, cachorro-quente, doces variados, churrasco de carne e linguiça prensada, vinho quente e quentão. E também as típicas barraquinhas de brincadeiras para a criançada, como pescaria e argolas. Para todas as atividades há um número significativo de voluntários durante os treze dias de festa”, prossegue o pároco. Nos finais de semana, a praça de alimentação fica aberta das 12 até às 23h30. Nos dias úteis funciona das 20h00 às 23h30. O auge da festa é 13 de junho, dia de Santo Antônio, quando acontecem três missas: 9, 15 e 19h. Também em 12 de junho, Dia dos Namorados, o encontro conta com a participação de muitos devotos, incluindo moças e rapazes que desejam casar. O endereço da festa é Rua Santo Antônio, ao lado da Igreja de Santo Antônio. As celebrações dos dias anteriores à festa dos namorados e de Santo Antônio costuma reunir mais de 200 pessoas.”No dia do santo e dos namorados este número triplica. Na parte social, nos finais de semana e nos dias dos namorados e do santo chegamos a ter mais de 1.500 pessoas circulando pelo ambiente”, diz o padre.   Curiosidade “Lá pelos idos de 1970, um grupo de pessoas preparou o ambiente festivo, levantando a lona de proteção e as barracas. Durante a noite, uma ventania derrubou tudo. Não desistiram. Até mesmo os frequentadores da festa, junto com os voluntários, levantaram tudo de novo. Isso demonstra a coragem dos devotos de Santo Antônio, que não medem esforços para realizar esse evento centenário. No primeiro dia festivo – 01 de junho - , no pátio interno, é levantado um mastro quando então se recorda de todas as pessoas do passado e as de hoje que fizeram e fazem essa tradição festiva continuar cada vez com mais brilho. E, por crescer a cada ano, além dos enormes salão e pátio, a rua frontal também é interditada para que haja melhor circulação das pessoas. Outra particularidade da festa é a polenta. Embora se possa comprá-la pronta, fazemos questão de manter a polenta feita por nós, que é muito mais saborosa e ajuda a manter o espírito do trabalho em equipe”, conta padre Tarcísio Spirandio.