JULIANNE CERASOLI

Saindo do buraco

Julianne Cerasoli
15/11/2013 às 21:36.
Atualizado em 26/04/2022 às 14:33

Duas vitórias circunstanciais nos últimos 10 anos. Colocando desta maneira, a Williams não parece ser dos destinos mais animadores para Felipe Massa em 2014. Por outro lado, a próxima temporada apresenta uma oportunidade de salto de qualidade e um recomeço para um time que já dominou a F-1. Mas será que a Williams está preparada para dar esse salto?Tudo o que podemos analisar antes dos carros alinharem para o GP da Austrália são sinais. Economicamente, a Williams é a equipe mais saudável do meio do pelotão, com lucros líquidos na casa de 10 milhões de dólares. Muito disso vem da bem sucedida variação de negócios da empresa, que permitiu a manutenção da segurança financeira mesmo em tempos de vacas magras, evitando perdas na estrutura técnica, algo que tem atrapalhado Lotus e Sauber, por exemplo.Isso inclui desde a estrutura física, na fábrica, até a humana. E este é um ponto ao mesmo tempo positivo e negativo. Positivo porque possibilitou a contratação de gente gabaritada e experiente, como Pat Symonds, e negativo porque o time parece ter errado em algumas apostas.O ex-Renault é o terceiro diretor-técnico em três anos, procedendo a Mike Coughlan, responsável pela draga deste ano, e Mark Gillan. Apesar do ‘upgrade técnico’ da troca de Coughlan para Symonds, a falta de continuidade pode ser um problema.Um exemplo disso foi a atual temporada, em que, sob nova direção, o time decidiu começar um projeto do zero — e ele se mostrou equivocado. Aliás, algo recorrente nos últimos anos e que complica a vida da Williams é a dificuldade que o corpo técnico tem de entender por que o carro melhora ou piora, algo semelhante ao que acontece na Ferrari.Outro ponto que pode ir tanto para um lado, quanto para o outro é o motor. A Williams fechou com os Mercedes, que prometem ser os melhores da nova geração que estreia em 2014. Porém, a troca de fornecedor neste momento tão delicado é vista com desconfiança, pois a interação entre a nova unidade de potência e a aerodinâmica é fundamental e o fluxo de informações entre Williams, atualmente parceira da Renault, e os alemães não é o mesmo de Mercedes e Force India, por exemplo.Essa combinação leva a crer que a Williams está em um processo de fortalecimento econômico e técnico, mas dá sinais de que ainda está ‘verde’ em vários pontos e longe de voltar a seus dias de glória. Por outro lado, em comparação com seus pares do meio do pelotão, apesar da lanterna deste ano, é a que apresenta os alicerces mais fortes para se reerguer a médio prazo.

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