Para tentar prevenir a doença, alguns estabelecimentos chegam até mesmo a barrar a entrada de pessoas com sintomas de gripe ( Cedoc/RAC)
O Inverno é uma época propícia para a ocorrência de doenças respiratórias. A estação, que começa hoje, é marcada pelas baixas temperaturas e tempo seco, o que faz com que as pessoas busquem ambientes fechados para se protegerem do frio. Esse cenário, somado à poluição que costuma ter os índices elevados no período, é favorável à proliferação de enfermidades como gripes, resfriados e problemas alérgicos. Para ajudar a enfrentar a temporada sem incômodos, o médico Horácio Cardoso Salles, pneumologista e gerente da área de Medicina Ambulatorial do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), esclarece dúvidas e dá dicas de prevenção. 1. Qual a diferença entre gripe e resfriado?Resfriado: é mais leve, dura menos tempo e não costuma causar febre, exceto em crianças. Os principais sintomas são coriza, tosse seca, espirros, dor na garganta e indisposição. Costuma durar de 5 a 7 dias, porém os sintomas podem perdurar por 2 semanas. O resfriado é contagioso durante os três primeiros dias. Dificilmente evolui para um quadro mais grave.Gripe: causa febre, normalmente acima de 38ºC, principalmente nas crianças. A pessoa fica prostrada, com dor de cabeça, dores pelo corpo, mal-estar e perde o apetite. Pode durar duas semanas, mas o período de contágio, em geral, perdura por um a dois 2 dias após o final da febre. É causada pelo vírus Influenza e pode evoluir para pneumonia. "Em qualquer um dos casos, a hidratação é muito importante. A água contribui para fluidificar as secreções e tem função expectorante", recomenda Salles. 2. Como evitar gripes e resfriados?O resfriado e a gripe são causados por vírus altamente contagiosos. De acordo com o especialista, cultivar hábitos simples de higiene, como lavar as mãos com frequência e usar álcool-gel, além de evitar ambientes com pouca circulação de ar e muita concentração de pessoas são atitudes eficientes para a prevenção. Do mesmo modo, deve-se evitar contato próximo com enfermos, mantendo uma distância de pelo menos dois metros. A vacina, no caso da gripe, é a melhor forma de prevenção. 3. Muitos dizem que nunca tiveram gripe e depois de se vacinar começaram a ter frequentemente. Isso pode acontecer?Segundo Salles, trata-se de um mito. Aproximadamente 10% dos subtipos do vírus Influenza não são cobertos pelas vacinas, por isso alguns pacientes, mesmo sendo imunizados, podem pegar gripe. "É comum as pessoas apresentarem resfriados e acabarem confundindo com gripe", explica. 4. Quais os principais problemas alérgicos que surgem durante o inverno?São as doenças como amidalite, asma, bronquite, faringite, meningite e sinusite, além das alergias de pele, chamadas de dermatite tópica, que ocorrem com muito mais frequência devido ao tempo seco. 5. Quais os principais agentes causadores de alergias no inverno?Os ácaros (presentes no pó ou poeira) e os pelos e penas de animais são os principais causadores de alergias. Ao entrarem no sistema respiratório ou em contato com os olhos ou outra mucosa, podem desencadear a hipersensibilidade. O pneumologista recomenda evitar tapetes e cortinas em casa, além de utilizar panos úmidos para a limpeza dos ambientes, uma vez que vassoura e espanador levantam pó. Outra dica é lavar as roupas guardadas há muito tempo antes de colocá-las em uso. 6. Quais os principais mitos e verdades sobre alergias nessa época? Verdades:Purificadores de ar evitam crises alérgicas, pois filtram o ar.O acúmulo de mofo no banheiro pode causar alergias, uma vez que fungos e ácaros são prejudiciais à saúde.Dormir com animais no quarto pode desencadear alergias.Usar travesseiro de penas e plumas idem. Mitos:É impossível diferenciar gripes e resfriados de uma crise alérgica. Mito, o médico está apto a diagnosticar e encaminhar para o tratamento correto.Somente gatos e cachorros causam alergia. Mito, as penas de pássaros também são grandes vilãs do sistema respiratório.Alergia e intolerância são sinônimos. Mito, a alergia é uma reação exagerada do corpo a uma substância, já no caso da intolerância o corpo não suporta a substância.