iG - Roberto Di Lascio (Cedoc/RAC)
Março é o mês dedicado a São José e dia 19 é o dia de São José, Padroeiro da Igreja Universal, queremos com este artigo homenagear o Santo Patriarca de Nazaré, Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus e chefe da Sagrada Família.
Talvez devemos nos perguntar: por que devemos nomear São José como patrono de nosso tempo? Acredito que esse enfrentamento será para nós motivo de muita alegria e de provação. Servirá como uma oportunidade para testar o grau da nossa predileção por São José e para fortalecer as nossas convicções do nosso ser e agir como cristãos, comprometidos com a causa do Reino de Deus.
Impressionante a fé popular! Esse sentimento de respeito, e admiração que encontramos na convivência com as culturas e devoções religiosas do nosso povo brasileiro, especialmente das pessoas mais pobres. São José passa e repassa em todas as camadas e estratos sociais. Não há idade, sexo, posição econômica, classe social em questão... Devotos, ao tomarem conhecimento da pessoa e da missão de São José, atiram-se confiantemente sob a proteção desse Patriarca do Silêncio. O povo o elege como seu padrinho, protetor, educador, conselheiro, orientador.
Os papas, ao longo dos séculos, confirmaram pelos seus testemunhos e pronunciamentos o quanto tiveram que estar abertos aos clamores dos pobres e sofredores, dos deserdados e abandonados. Diante de tantas barbáries que foram cometidas contra a humanidade, perceberam o caos infernal que sobrou do mundo do pós-guerra e com a influência das doutrinas sectárias, com o avanço das ideologias pragmáticas da morte de Deus e o grande do alastramento da cultura de morte.
O mundo de hoje precisa urgentemente de São José. Escutemos o clamor dos povos sofridos, as massas sobrantes ao redor das periferias do mundo e das nossas cidades, o eco profético dos miseráveis e deserdados, as lágrimas e o sangue dos inocentes que correm e escorrem pela história, as tragédias provocadas pelas guerras, os abusos e maus tratos à pessoa humana em todos continentes e nações, o aumento assustador dos desempregados e desocupados no mundo, a multidão que vive sem sentido e sem rumo na vida, o abandono e a discriminação para com as pessoas com deficiência, os famintos, e o aglomerado desumano nos cárceres e prisões, as vidas devoradas dos jovens pela violência e o narcotráfico. E o que dizer dos Herodes de hoje que perseguem, sequestram e matam as nossas crianças?...
Saibamos reconhecer com alegria e gratidão esta dádiva divina da Providência, de sermos colocados sob a proteção de São José. Ser devoto de São José nos leva a assumir o compromisso do nosso batismo e a nos empenhar a cada dia para sermos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Tenhamos sempre nos lábios e no coração, em qualquer momento de tribulação, na luta de cada dia, a preciosa invocação: “Valei-me, São José”. Sua resposta não se faz esperar.
*Padre Luiz Roberto Teixeira Di Lascio é da Arquidiocese de Campinas