CAMPINAS

Rua de acesso à rodoviária está esburacada há 4 anos

Prefeitura e empresas que administram o local negam a responsabilidade sobre o pavimento que pode causar acidentes

Cecília Polycarpo
18/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:14
A atividade faz parte dos trabalhos de revitalização da avenida Francisco Glicério ( Dominique Torquato/ AAN)

A atividade faz parte dos trabalhos de revitalização da avenida Francisco Glicério ( Dominique Torquato/ AAN)

A entrada exclusiva dos ônibus da Rodoviária de Campinas e do Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira está com o asfalto afundado e desnivelado pelo menos desde 2011, mas nem a Prefeitura e as empresas que administram os dois locais, Socicam e EMTU se responsabilizam pelo pavimento. O Correio revelou o problema que afeta a segurança de motoristas e passageiros em matéria publicada no dia 26 de maio. Na ocasião, a Secretaria de Serviços Urbanos informou que averiguaria se o local está sob Administração municipal. Na quarta-feira (17), a Pasta respondeu que “o trecho não consta como área da Prefeitura”.A Socicam, empresa que administra a rodoviária, tem em seus arquivos cartas enviadas à Secretaria de Transportes desde 2011 pedindo o conserto do asfalto. A companhia alega que a área é pública e não foi englobada no contrato de concessão do terminal. Já a direção da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), responsável pelo terminal metropolitano, também afirma que o trecho é de responsabilidade da Prefeitura.O rebaixamento do piso fica próximo à cabine de controle dos ônibus que entram e saem dos dois terminais. As companhias de ônibus teriam feito pelo menos duas queixas formais à Socicam sobre o problema, em janeiro e abril deste ano. O Correio voltou ao local na quarta e verificou que nada mudou. As depressões chegam a mais de 10 centímetros. A diferença de nível do pavimento é semelhante a de uma rua e uma calçada. Perigo de acidente“Tá muito perigoso passar por aqui. Para os ônibus metropolitanos é ainda pior, por causa do ângulo que eles entram na rua. Já vi dois pneus furarem”, disse um motorista que não quis se identificar.Cartas enviadas pela Socicam à Prefeitura comprovam que o problema se arrasta por quatro anos. Em um dos documentos, a empresa cita que foram feitos pedidos de “atenção especial” ao asfalto em agosto de 2011, julho e agosto de 2012. Em uma das cartas de abril de 2013 a Socicam diz ainda que a responsabilidade pelo reparo é da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), ligada à Secretaria de Transporte, ou da EMTU. Em resposta, a Prefeitura diz que “vai avaliar a possibilidade de reparo”, mas que a solução definitiva do problema seria a construção de um pavimento rígido no local. A Emdec diz ainda que a obra não poderia ser realizada em curto prazo. A carta, assinada pelo chefe de gabinete na época, Marcelo Ferreira da Silva, pontua que fez uma reunião com a EMTU sobre o caso, e que a empresa “não tem as condições técnicas necessárias para realizar esse serviço”.Em nota, a EMTU informou que o local é de responsabilidade somente da Prefeitura. “O viário em questão foi construído pela EMTU/SP juntamente com o Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira e entregue à Prefeitura de Campinas por se tratar de via municipal”, diz o texto. ProcessoA Emdec ainda avalia a defesa da Socicam no processo administrativo aberto pela Prefeitura para investigar possível omissão na administração da rodoviária. Entre os motivos para o processo, estão os frequentes problemas de funcionamento das escadas rolantes e elevadores. O procedimento pode levar a uma multa de até R$ 30 mil e, em um caso extremo, em rompimento justificado do contrato de concessão.

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