O enorme talento de Rivaldo com a bola nos pés parece ser inversamente proporcional a sua capacidade de dirigir um clube. Presidente-proprietário do Mogi Mirim, ele vive em permanente conflito com torcedores do próprio Sapão.Rivaldo já proibiu a presença da imprensa no clube por não concordar com críticas a sua gestão. Alegando que o clube lhe devia R$ 12 milhões, Rivaldo transferiu para o seu nome dois terrenos do Mogi Mirim.Não foi a única briga. Ele já mudou o nome do estádio para homenagear o próprio pai e por diversas vezes ameçou ir embora. Também costuma dizer que o Mogi Mirim e a cidade ainda vão sentir muita falta dele.Rivaldo fala como se fosse um presidente competente, vencedor e injustiçado. Mas na verdade o torcedor do Mogi não tem mesmo muitos motivos para sorrir.Para a disputa da Série B, o ex-craque resolveu contratar Edinho para ser o treinador do time. Sem nenhuma experiência no cargo, o filho do Rei Pelé perdeu um jogo atrás do outro e foi demitido rapidamente. Era algo meio previsível, mas mesmo assim Rivaldo resolveu correr o risco de comprometer o importante período de trabalho antes de uma competição tão longa.Nas sete primeiras rodadas, o Mogi Mirim não conseguiu ganhar nenhum jogo. Já é desde já um forte candidato ao rebaixamento e é claro que a torcida anda insatisfeita. Na última atuação em casa, time e Rivaldo foram vaiados.Mais uma vez, o ex-craque se sentiu injustiçado. E, mais uma vez, reagiu mal, muito mal. Para diminuir a presença de torcedores insatisfeitos no estádio, o presidente aumentou o preço do ingresso. Se Rivaldo não mudar de ideia até lá, o torcedor que quiser ver Mogi Mirim x CRB no dia 27 terá que pagar R$ 100.Rivaldo disse que quer ver quem ama o Mogi Mirim como ele. Quer ver quem vai pagar R$ 100 para ajudar o Sapão. É evidente que Rivaldo está equivocado. Por se colocar acima do clube, ele toma uma decisão que vai trazer prejuízos ao clube, sem contar a sua incompreensível postura de “inimigo do torcedor”.Rivaldo foi um grande craque e teve participação decisiva na conquista do pentacampeonato mundial, em 2002. Jogou em grandes clubes e disputou inúmeros campeonatos importantes. Mas, como dirigente, trabalha como se nunca tivesse vivido essas experiências. Para o bem dele e do Mogi, é importante que Rivaldo perceba o quanto antes como ele está longe de ser um dirigente vencedor e competente.