XEQUE-MATE DA ECONOMIA

Reunião do Copom

05/02/2024 às 08:57.
Atualizado em 05/02/2024 às 08:57
Fachada da sede do Copom (Divulgação)

Fachada da sede do Copom (Divulgação)

Para surpresa de ninguém, o Comitê de Política Monetária decidiu promover um novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, levando agora a taxa Selic aos 11,25% ao ano. A decisão ocorreu em alinhamento com a trajetória de evolução da taxa de juros que havia sido indicada pelo próprio Copom em sua reunião anterior. Com a decisão, a taxa básica de juros atinge o seu menor valor dos últimos 22 meses.

Passado

A última vez em que a Selic havia estado abaixo de 11,5% ao ano foi em março de 2022. No dia 16 de março de 2022, o Copom estava promovendo um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, levando-a para 11,75% ao ano. Nas reuniões anteriores a essa, os aumentos de juros estavam ocorrendo em um ritmo de 1,5 ponto percentual em cada reunião. A inflação à época (março de 2022), estava em 11,3% ao ano, bem maior do que os atuais 4,62%.

FRASE

"O sucesso é a soma de pequenos esforços, repetidos dia após dia

Robert Collier, escritor norte-americano

Cenário Internacional

O Comitê destaca que o ambiente econômico externo segue volátil, com discussões sobre o início do processo de redução das taxas de juros nas principais economias. Nos Estados Unidos e na Europa, a inflação tem se reduzido, mas o mercado de trabalho continua aquecido, o que pode atrasar o afrouxamento da política monetária. Esse cenário exige maior cautela para os países emergentes, que são mais dependentes dos fluxos internacionais de capital.

Inflação

No Brasil, a inflação ao consumidor continua em trajetória de queda, tanto pelas últimas medições realizadas, como pelas projeções para o curto e médio prazo. O IPCA de 2023 ficou em 4,62% ao ano. Pelas projeções do Copom, o IPCA deve encerrar 2024 aos 3,5% e se reduzir ainda um pouco mais em 2025, fechando o ano aos 3,2%. O mercado projeta inflações um pouco maiores, de 3,8% e 3,5% para 2024 e 2025, respectivamente. 

 Cenário Nacional

Os indicadores da atividade econômica continuam apontando desaceleração da economia nacional, mas esta desaceleração já era antecipada e vem ocorrendo conforme o esperado pelo Copom. O comitê reconhece que o processo desinflacionário atual tende a ser mais lento, uma vez que as possibilidades mais imediatas de reduções já aconteceram e um avanço maior depende das expectativas de inflação.

Juros Reais

Os juros reais continuam fortemente positivos. Com juros nominais de 11,25% ao ano e uma inflação atual de 4,62%, os juros reais no Brasil estão correntemente em 6,34% ao ano. Assim, mesmo que os juros nominais estejam sendo reduzidos, a política monetária continua contracionista. Porém, a cada corte de juros, essa política se torna um pouco menos contracionista.

Juros Reais 2

O Copom realiza reuniões a cada 45 dias, mais ou menos. Desde agosto do ano passado, o comitê vem realizando cortes ritmados em suas reuniões, fazendo com que a Selic tenha uma redução de 0,5 ponto percentual a cada 45 dias. Se a inflação apresenta uma redução menor do que 0,5 ponto percentual a cada 45 dias, de fato há uma redução de juros reais. Caso contrário, se a queda da inflação é maior do que 0,5 ponto percentual, os juros reais sobem. 

Fiscal

O Copom, no comunicado emitido após essa última reunião, novamente lembrou a importância de que sejam mantidas as metas fiscais já estabelecidas e que se busque o seu alcance, de modo a manter as expectativas de inflação ancoradas. A meta de déficit zero para 2024 foi mantida e o que resta agora são ações para que esse resultado se torne possível. 

Decisão

A decisão de promover o corte de 0,5 ponto percentual na Selic foi tomada em votação unânime pelos membros do Copom. Para a próxima reunião, que acontece nos dias 19 e 20 de março, o Comitê projeta um novo corte de mesma magnitude, o que faria a taxa Selic ser reduzida a 10,75% ao ano. A expectativa é que esse ritmo de corte de juros seja mantido por todo o primeiro semestre, até que a Selic alcance o patamar de 9,25% ao ano.

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