BRASIL

Repressão a protesto deixou 213 feridos no Paraná

PM usa bombas de efeito moral e balas de borracha contra professores estaduais em greve; manifestantes protestavam contra a aprovação de projeto de lei que altera a previdência estadual

Das agências
30/04/2015 às 08:54.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:17
Manifestantes durante o choque com PMs, ontem, nas imediações da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) (Joka Madruga/ AE)

Manifestantes durante o choque com PMs, ontem, nas imediações da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) (Joka Madruga/ AE)

O projeto de lei que promove mudanças no custeio do regime próprio da Previdência Social dos servidores estaduais — a ParanaPrevidência —, aprovado nesta quarta-feira (29), causou tumulto e deixou centenas de feridos na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba. Pelo segundo dia seguido, houve confronto entre a Polícia Militar e professores, que são contra o projeto e estão em greve desde sábado. Segundo a Prefeitura de Curitiba, 213 pessoas ficaram feridas, em mais de 2 horas em confusão. Os ferimentos foram causados por uso de bombas de efeito moral, spray de pimenta e tiros de balas de borracha. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 20 policiais também ficaram machucados no tumulto. Desde o início da sessão no Plenário, que começou por volta das 15h, o clima foi tenso do lado de fora do prédio da Assembleia. Às 16h, a polícia recebeu ordem para avançar sobre os manifestantes, que, em meio ao começo de conflito, tentaram ultrapassar a barreira humana feita pelos PMs para poder acompanhar a sessão.Redação finalNa manhã da terça-feira, os servidores tentaram chegar até a Assembleia para participar da segunda votação do projeto, mas foram barrados por um cordão policial e houve confronto. A sessão acabou sendo adiada para ontem, quando os deputados estaduais aprovaram o projeto em segundo turno e em redação final.Assim, o projeto segue agora para sanção do governador Beto Richa (PSDB), autor da proposta. O projeto de lei muda a fonte de pagamento de mais de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário. Com isso, o governo deixa de pagar sozinho essas aposentadorias e divide a conta com os próprios servidores, já que o fundo é composto por recursos do Executivo e do funcionalismo. O governo diz que com a medida faria uma economia de R$ 125 milhões mensais.PuniçãoA PM informou que 17 policiais foram presos ontem por se recusarem a participar do cerco aos professores que estavam nas proximidades da Alep. Um professor identificado como Davi disse que levou três tiros de bala de borracha e outras pessoas, segundo ele, chegaram a levar até seis de tiros.Os feridos foram levados para o subsolo do prédio da Prefeitura de Curitiba, que foi transformado em uma espécie de “ambulatório”.Entre os feridos estão também dois cinegrafistas: Rafael Passos, da CATVE, que foi atingido por bala de borracha, e Luiz Carlos de Jesus, da Band, mordido por cachorros dos policiais.   

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