Reino Unido concede prêmios à animais campeões em dietas

Maus hábitos alimentares junto a falta de exercícios físicos também são um problema para a vida animal. O excesso de ração, junto à petiscos “a lá vontê” contribui para a proliferação de gordura corporal. E se o animal não tem o costume de exercitar-se, com o tempo e a idade, a tendência é que ele se torne obeso.

"Animais de estimação com excesso de peso correm sérios riscos de saúde, como diabetes, males cardíacos e artrite. Também têm uma expectativa de vida menor", adverte comunicado da ong britânica PDSA , que presta atendimento médico veterinário gratuito . "Comida em excesso ou incorreta são as principais causas disso."

Para isso, o Reino Unida realiza anualmente o concurso Pet Fi Club, em parceria com a PDSA, com o objetivo de salientar a importância da boa alimentação para a saúde animal. O concurso concede um prêmio ao animal que perdeu maior peso de forma equilibrada, organizando a alimentação e a prática de exercícios.

Levantamento da ONG apontou ainda que um terço dos cachorros pesquisados se alimentava principalmente de restos de comida humana, e 42% recebiam algum tipo de guloseima diariamente. Por isso, estima-se que 35% dos cães britânicos sofram de excesso de peso ou obesidade.

Enquanto aos gatos, o verdadeiro vilão são os petiscos e restos de comida que o bichinho ganha do dono. Batatinhas, queijos e derivados não devem ser fornecidos pois não fazem parte da dieta felina, ocasionando mal-estar à saúde do animal.

Quem se deu bem no concurso e levou o prêmio foi o cão Jumbo Jack. “Jumbo” foi um apelido carinhoso inserido por conta dos quilinhos a mais que Jack foi adquirindo com o passar do tempo. Segundo apurou a BBC britânica, o cão tornou-se um exemplo para ong, ao perder 31 % de seu peso, com a boa alimentação e fim do sedentarismo.

Além do sedentarismo, a obesidade pode gerar outros problemas para a saúde animal. Com Jack, por exemplo, estava ficando surdo, porque o excesso de gordura bloqueava seus canais auditivos.

Foto: Divulgação. Evitar petiscos e incentivar exercícios físicos são os primeiros passos para evitar a obesidade e o sedentarismo em animais Como evitar esse mal

Dica da veterinária Gisele Tomassoni é a quantidade de ração controlada de acordo com o peso do animal. É normal encontrar donos que deixam o pote de ração o dia todo, à disposição do bichinho. O correto é completar o comedouro três vezes por dia, se o animal for de porte médio. Além da ração diária, o vilão da dieta são os petiscos fornecidos pelos donos de animais. Restos de comida, guloseimas e doces não são indicados pois são considerados os principais causadores da obesidade.

Vale lembrar que todos os cachorros necessitam de um passeio diário para exercitar os ossos e manter a qualidade de vida natural do animal. Algumas raças ainda precisam de mais tempo para correr e sentir-se livres. Os Huskies, por exemplo, são cães extremamente hiperativos que precisam de exercícios diário para manter sua qualidade de vida. Mante-los presos dentro de casa, ainda que em locais providos de espaços grandes, como quintais, tornará o cão um “destruidor nato”, que usará de artimanhas para gastar sua energia e pode, inclusive, se machucar. Além do mais, a “saidinha” de rotina colabora para o adestramento social do animal, que tende a comportar-se melhor em relação aos humanos desconhecidos. Se o animal não tem o hábito de passeio, a cada vez que precisar sair – até mesmo para uma consulta veterinária ou viagens – causará transtorno ao dono que terá que ter sua atenção redobrada e ficar atento aos cuidados com o animal.