A cidade com maior incidência da doença na região proporcionalmente é Santo Antônio de Posse
O efeito residual é de até 60 dias, impedindo por mais tempo o nascimento do inseto ( Cedoc/ RAC)
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem 19 mil casos suspeitos de dengue e já confirmou até esta quarta-feira (18) 3.765 pacientes com a doença, segundo levantamento divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. A cidade com maior incidência da doença na região proporcionalmente é Santo Antônio de Posse, com 365 casos por cada grupo de 100 mil habitantes. A seguir aparecem Sumaré (317), Jaguariúna (315), Holambra (302), Engenheiro Coelho (195) e Campinas (170). O cálculo leva em consideração a divisão de casos confirmados - autóctones (contraídos na cidade) e importados - pela população, multiplicado por 100 mil. As bases usadas para a conta foram do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Números absolutos Em número de casos absolutos, a cidade com mais registros é Campinas, com 1.969 casos confirmados. Morungaba, por outro lado, não tem nenhum caso confirmado e apenas cinco sob suspeita. Além de Campinas, Sumaré e Hortolândia também tem altos números de casos em apuração - pacientes com sintomas da doença que aguardam resultados de exames para verificar se estão com dengue. Nos dois primeiros meses de 2014, foram confirmados 1.809 casos de dengue na região. O número já era superior ao mesmo período de 2013, quando a RMC registrou 1.483 casos. Em todo o ano de 2013, por exemplo, os municípios da RMC tiveram cerca de 15 mil pessoas infectadas pelo mosquito da dengue. Preocupação Além do aumento em relação ao ano passado, causa preocupação porque em 2014 o número de infectados foi um dos maiores da década. Campinas viveu a maior epidemia da história, contabilizando mais de 40 mil casos de dengue. Cidades da macrorregião, como Itapira, também enfrentam por surtos da doença este ano. Além disso, há centenas de casos suspeitos, que se foram confirmados, podem aumentar consideravelmente as ocorrências. As temperaturas recordes do início do ano contribuíram para a expansão, uma vez que o calor acelera o metabolismo e a reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue A Prefeitura de Santo Antônio de Posse informou, por meio de assessoria de imprensa, que empenha todos os esforços para o combate à dengue e chikungunya no município. A Secretaria de Saúde tem intensificado as medidas de combate e tratamento da dengue há meses, em antecipação ao período de chuvas. Entre as várias medidas, a Administração ressaltou a contratação de três novos médicos para reforçar o diagnóstico e tratamento; aquisição de seis cadeiras de hidratação, que é primordial para o início imediato do tratamento dos pacientes; capacitação de toda a equipe por meio de videoconferência com a Secretaria de Saúde do Estado; e ampla campanha de conscientização dos cidadãos. Situação em Campinas Em Campinas, de acordo com informações da Secretaria de Saúde, a transmissão do vírus não foi interrompida ao longo do ano passado. Os centros de Saúde continuaram a registrar novos casos durante o ano inteiro, fora o período epidêmico, considerado entre janeiro e maio.Campinas lidera também o número de casos confirmados, com 1.969 pessoas infectadas. No mesmo período do ano passado, a cidade tinha 706 ocorrências de dengue. O aumento na comparação entre os anos é de 178%. De acordo com o médico sanitarista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), André Ribas Freitas, a dengue assola o Estado inteiro, além de Minas Gerais. Procriação "A dengue é multifatorial. Uma das hipóteses mais plausível é o fato de que no segundo semestre a temperatura foi extremamente alta, acima de média" , disse.De acordo com ele, esse fator estimulou a procriação dos mosquitos, aumentando também o número de picadas. "O vírus também se replica mais rápido, porque o metabolismo do inseto está acelerado" disse. Geralmente, são de quatro a nove dias entre o mosquito picar alguém com o vírus e começar a transmitir. A temperatura influencia nesse período de incubação. Em segundo lugar em número de casos, de acordo com o balanço, está Sumaré, com 834 casos confirmados de dengue até o dia 18 de março. Ano passado, o posto era ocupado por Santa Bárbara d'Oeste, que tinha no primeiro bimestre do ano 470 casos. A Prefeitura informou, por meio de assessoria de imprensa, que Sumaré realiza diversas ações antidengue. Entre elas, o "Disk-Dengue" , que recebe cerca de 50 ligações diárias, entre denúncias e pedidos, visitas domiciliares e panfletagem e campanha nas redes sociais para conscientizar a população. Outras cidades Hortolândia está em terceiro lugar em casos notificados, com 2.047. De acordo com a secretária de Saúde do município, Paula Anseloni Mista, o alto número de casos em apuração ocorre porque as unidades de saúde são orientadas para notificar qualquer caso suspeito da doença. "O trabalho é feito nesse intuito para não termos subnotificação. Essa é a preocupação maior, para evitar riscos e mortes" , disse. Ainda segundo ela, a medida ajuda a acompanhar o comportamento da doença e não perder o período de pico de transmissão. 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