Vereadores

Região de Campinas elege apenas 16 mulheres

Número representa 1% das 1.567 candidatas inscritas nas 19 cidades da região metropolitana

Correio Popular
13/10/2012 às 09:22.
Atualizado em 26/04/2022 às 19:40

A expectativa de que a participação feminina aumentasse na composição das Câmaras municipais nessas eleições não se confirmou na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Apenas 16, do total de 286 cadeiras, foram conquistadas por mulheres nas 19 cidades. O número representa apenas 1% das 1.567 candidatas inscritas. No entanto, o número cresceu 69% em relação à eleição de 2008, quando 925 mulheres concorreram ao cargo. Em Campinas, maior cidade da região, para as 33 vagas, apenas uma mulher foi eleita, a vereadora Neusa do São João (PSD). 

Desde 2009, os partidos são obrigados a ter no mínimo 30% do número de concorrentes aos cargos do Legislativo com representantes do sexo feminino. Caso contrário, a sigla é obrigada a diminuir o número de candidatos a serem lançados. Essa foi a primeira eleição municipal sob as novas regras e era esperado que impulsionasse o número de mulheres no corpo político. 

No entanto, para o pesquisador de estudos populacionais da Escola Nacional de Ciências Sociais do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) José Eustáquio Diniz, a explicação é a existência de “vereadoras fantasmas”, candidatas que se inscrevem por formalidade, mas não disputam a eleição com os mesmos recursos e força que os demais. 

Ele afirma que desde que a nova regra foi implantada, os partidos não investiram na formação das candidatas e deixaram para arregimentar mulheres nas vésperas do pleito. “Os partidos políticos são todos controlados por homens. Eles investem a maior parte dos recursos nas candidaturas que têm interesse, ou seja, a dos homens”, disse. 

Segundo ele, o eleitor masculino não tem preconceito. “Isso é um mito. A presidente Dilma Roussef foi eleita com mais de 60% dos votos e a Marina Silva obteve 20% da preferência do eleitorado. Só que o eleitor não vai votar em qualquer pessoa, assim como, não vai votar em qualquer mulher”, disse. A única vereadora eleita por Campinas, Neusa do São João (PSD), de 52 anos, comerciante,disputou pela segunda vez e acredita ter vencido pelo trabalho junto ao eleitorado. “Os partidos não dão muito apoio às mulheres. Gostaria de ver mais vereadoras na Câmara Municipal”, disse. Ela recebeu 3.377 votos. 

Na região de Campinas, as cidades que elegeram o maior número de vereadoras foram Artur Nogueira, Paulínia e Vinhedo, com duas representantes. Já nas cidades de Santo Antônio de Posse, Engenheiro Coelho, Sumaré, Itatiba, Valinhos e Santa Bárbara d’Oeste, nenhuma candidata foi eleita. Nos demais municípios, apenas uma representante obteve a vitória.

Brasil

No Brasil o número de mulher[/ABRETEXTO]es eleitas para as Câmaras superou o recorde registrado em 2000. Este ano, 7.648 candidatas conseguiram conquistar uma cadeira no Legislativo. O número representa o fim de uma tendência de queda registrada nas duas eleições anteriores. Em 2000 foram eleitas 7.001 vereadoras, em 2004 o número caiu para 6.555 e, em 2008, foram apenas 6.512.

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