opinião

Reencontrando Ex-Alunos

Marcelo Knobel
28/03/2019 às 14:28.
Atualizado em 04/04/2022 às 20:39

De um modo geral, as Instituições brasileiras não têm se preocupado com o destino de seus ex-alunos. Tanto na graduação quanto na pós-graduação, as Universidades perdem o contato com as pessoas que formam, perdendo assim um importante elo na retroalimentação de seus cursos e das perspectivas que o conhecimento oferecido pode alcançar. Por outro lado, os egressos inicialmente se sentem “abandonados” pelas instituições onde passaram anos muito importantes de suas vidas, e geralmente sentem uma certa nostalgia, e uma imensa vontade de que alguma ação seja feita para que eles possam voltar de algum modo ao local de estudos, seja através de cursos, encontros, ou simplesmente com o contato com antigos colegas. De um ponto de vista mais global, um cadastro detalhado de ex-alunos pode fornecer informações relevantes sobre a profissão em questão, como o mercado de trabalho, empresas que empregam profissionais formados em uma dada área e/ou região, dispersão geográfica dos egressos, emigração, entre outros. Hoje em dia, há uma forte pressão para localizar ex-alunos, e tentar estudar estatisticamente diversas dimensões da formação universitária. Tanto as agências de fomento nacionais, quanto os sistemas de rankings internacionais, valorizam essa base de dados, que na realidade é fundamental para compreender de uma maneira mais completa a importância e alcance das próprias universidades. No exterior o esforço é também útil para solicitar apoio a iniciativas das universidades, principalmente onde a filantropia é mais desenvolvida. As doações de ex-alunos são importantíssimas para o próprio desenvolvimento das universidades. O principal problema de iniciar um cadastro tardio é tentar reencontrar os ex-alunos para atualizarem as suas informações. Esse problema é diminuído hoje em dia com a existência da rede mundial de computadores, onde é possível disponibilizar formulários on-line para preenchimento e manutenção do cadastro. Além disso, diversas plataformas de redes sociais também podem ajudar no processo. Mas não basta somente cadastrar os ex-alunos, pois é também importante manter a rede ativa, para facilitar a busca de emprego para os mais jovens, colocar em contato diferentes gerações de estudantes, bem como ter um retorno da formação que os cursos estão oferecendo. Um exemplo que tem se destacado é a plataforma de ex-alunos da USP (http://www.alumni.usp.br/), onde, após o cadastro, os ex-alunos têm acesso a todo o acervo digital da USP, há um balcão de oportunidades profissionais, um cadastro completo com informações de ex-alunos, um diploma virtual, e também um acesso a um endereço de e-mail exclusivo. Hoje a plataforma tem mais de 45 mil usuários cadastrados, sendo um modelo bem interessante a ser seguido por outras universidades no país.

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