Muitas ações não têm efeito para eliminar o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença
Fêmea do mosquito Aedes aegypti pode botar 300 ovos em 30 dias (Divulgação)
O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, não morre com o clima mais frio da região. As temperaturas baixas em Piracicaba ficam dentro do que é suportado pelo inseto. O adulto vive em temperaturas de 6°C a 42°C e a larva consegue se desenvolver quando os termômetros ficam entre 10°C e 44°C, conforme afirmou André Rossetto, coordenador do Plano Municipal de Combate à Dengue (PMCD) da Secretaria Municipal de Saúde. A pasta incentiva as pessoas a eliminarem o mosquito, única forma de reduzir os casos da doença na cidade e evitar mortes.Segundo Rossetto, muitas medidas adotadas pela população para combater o Aedes aegypti não têm efeito, porque ele é um mosquito que consegue colocar seus ovos em locais mínimos, à espera do contato com a água limpa e parada. “Uma tampa de garrafa PET cheia de água é suficiente para dar vida às larvas, que se alimentam de microorganismos, como protozoários e bactérias que estão presentes na água. No processo de passagem da água pelo organismo da larva, ela filtra a água, que se mantém limpa. A quantidade de água na tampa é mínima, mas passa, pelo organismo da larva o equivalente a 1,5 litro de água por dia”, explicou.Segundo ele, estudos mostram que receitas caseiras para espantar o Aedes aegypti, como limão com cravos-da- índia, não funcionam. Repelentes elétricos também não eliminam o mosquito, apenas o afasta do ambiente com o inseticida, desde que respeitadas as metragens dos ambientes que constam nos produtos. “Com o uso do repelente em um ambiente, o Aedes vai para o outro e fica à espera do alimento, do sangue humano”.Uma forma eficiente de combater as larvas pode ser o uso de água sanitária, desinfetantes, cloro, sabão em pó, demais produtos de limpeza doméstica de maneira geral, e temperos, como o sal e o vinagre, em doses corretas. Recomenda-se a aplicação destes produtos em recipientes onde não é possível impedir o acúmulo de água, como por exemplo: ralos, piscinas, tanques, tambores de construção, depósitos de água provisórios em bairros de abastecimento de água irregular, bebedouros e comedouros de animais (limpeza do recipiente), plantas cultivadas na água, como as bromélias, entre outros. Mas o Ministério da Saúde alerta que esses produtos não devem ser usados em demasia, porque o mosquito pode criar resistência a eles.O Aedes aegypti também é transmissor da febre amarela urbana. A medida mais eficiente de eliminar o mosquito é não deixar materiais inservíveis que possam acumular água, que são utilizados pelas fêmeas para ovipor. Cada fêmea, ao longo de 30 dias de vida, pode colocar até 300 ovos.