A narrativa se constrói a partir dos fantasmas que invadem a vida de Castanha e da mãe dele
Além da carreira de ator, trabalha em baladas gays como transformista ( Divulgação)
No festival Melhores do Ano de 2014, eu participei elegendo Castanha (Canal Brasil, 22h, 14 anos), de Davi Pretto (2014), como melhor documentário do ano passado. É um filme difícil, não apenas pelo tema, mas pela abordagem, pois mistura ficção e documentário e mostra quando ator e personagem se confundem em uma única personalidade, por trás da fachada artística do protagonista. A narrativa se constrói a partir dos fantasmas que invadem a vida de Castanha e da mãe dele. De que artista estou falando? De João Carlos Castanha, de 52 anos. Além da carreira de ator, trabalha em baladas gays como transformista. Ele mora com a mãe no subúrbio de Porto Alegre. O pai está internado em asilo e ele ainda cuida de um sobrinho viciado em crack — as cenas com o sobrinho são dramáticas. Doente e confuso, Castanha tem dificuldades de diferenciar a realidade da ficção. O filme teve bem-sucedida passagem por festivais de cinema nacionais e internacionais, incluindo o de Paulínia, no ano passado, onde ganhou o prêmio de melhor som.