No mês passado, seis gatos foram encontrados mortos por causa de veneno
Condomínio Jardim das Pedras, onde foram encontrados gatos mortos (Cedoc/RAC)
O interventor do Condomínio Jardim das Pedras, Helton Luiz Vicente do Nascimento, que assumiu a administração do local na última quinta-feira (28), encontrou na manhã desta segunda-feira (1) cerca de meio vidro do raticida Mão Branca, que tem a produção e comercialização proibidas no Brasil desde agosto de 1997, por sua letalidade.
No dia 9 de março, moradores encontraram seis gatos mortos no local, sendo que três deles estavam enterrados. Dois foram internados.
Ainda não foi confirmado por laboratório se o líquido é mesmo o veneno, cuja substância ativa é o monofluoracetato de sódio, altamente tóxico e que provoca efeitos nocivos ao sistema central e cardiovascular, podendo levar à morte. Também ainda não há laudo pericial sobre a morte dos gatos, que é investigada pela Delegacia do Meio Ambiente.
Helton disse que o frasco estava entre os materiais de limpeza na sala da administração do condomínio. Também foi encontrada uma chocadeira com vários ovos numerados, de origem desconhecida. Na manhã desta terça-feira (2), técnicos do Ibama irão ao condomínio analisar os ovos. “Se for de algum animal silvestre pode configurar crime”, disse Helton.
Sobre o raticida, ele disse que vai aguardar o resultado do laboratório e dos animais mortos, para ver se foram mortos pela ação do veneno. “Temos que esperar o resultado, para ver se é veneno mesmo e se foi usado para matar os gatos”, disse.
A vereadora Viviane Alexandre (PPS), presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos dos Animais, foi chamada e esteve presente no condomínio. “Ouvi depoimentos de funcionários que disseram ter enterrado os animais por ordem da administração. Mas vamos esperar a necropsia em dois gatos para ver se foram mesmo mortos pelo veneno. Eles serão objeto de prova”, disse. Ela afirmou ainda que só o fato do raticida estar no local pode configurar crime, já que é proibido.
Investigação
O delegado titular da Delegacia do Meio Ambiente, Luiz Geraldo Dias, disse que o material inicialmente não irá para a sua delegacia, mas a que responde pela região que é o 8º Distrito Policial. Caso se configure a relação entre a morte dos gatos e o suposto raticida, as provas podem ir para o inquérito. “Mas não posso produzir prova antecipada para não ser parcial”, disse.
O delegado, no entanto, disse que na tarde desta terça-feira deve ouvir uma testemunha fundamental para a investigação. “É a principal testemunha. Estamos mantendo sigilo a sete chaves, para não atrapalhar o andamento”, afirmou.