EXPEDIÇÃO

Raineri voltou do Nepal dias antes da tragédia

Com mais de 15 visitas ao país, alpinista se solidariza e lança campanha para ajudar as vítimas do terremoto

Renata Rondini
29/04/2015 às 20:34.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:02
Rodrigo Raineri e o filho Digão pernoitaram em vilarejos que foram praticamente destruídos pelo terremoto (Arquivo Pessoal)

Rodrigo Raineri e o filho Digão pernoitaram em vilarejos que foram praticamente destruídos pelo terremoto (Arquivo Pessoal)

Um dos principais alpinistas do País, Rodrigo Raineri esteve no Nepal mais de 15 vezes acompanhando grupos ou buscando objetivos pessoais. Ele já realizou cinco escaladas no Monte Everest e em três delas chegou ao cume. No último dia 19, cinco dias antes do terremoto, Raineri retornou ao Brasil após levar o filho Digão pela primeira vez ao Nepal. Agora, acompanha as dificuldades da população local e se solidariza com a criação de uma campanha para conseguir ajuda ao nepaleses. Durante o trekking de nove dias, pai e filho contemplaram as paisagens de algumas das maiores e mais admiradas montanhas do mundo, como Everest (8.848m), Lhotse (8.516m), Nuptse (7.879m) e Pumori (7.165m). Pernoitaram em vilarejos locais como o Namche Bazaar, Periche, Lobuche e Gorak Shep. "Foi uma viagem incrível com meu filho e alguns lugares que ele conheceu hoje já não existem mais após o terremoto. É um país com muitas dificuldades, onde as pessoas necessitam de tudo, têm problemas de abastecimento de água, de energia, problemas sanitários, e um abalo sísmico acabou com o pouco que eles tinham", opinou. Raineri e Digão voltaram para Campinas no fim de semana antes do abalo, porém, um grupo da empresa da qual é sócio, a Grade 6, continuou por lá. "Os 15 clientes já estão no Brasil, mas os dois sócios da Grade 6 estão por lá e vão continuar para ajudar a população", comentou Rodrigo Raineri. Carlos Santalena e José Eduardo Sartor Filho estavam em Lobuche no momento do abalo e comentaram nas redes sociais que a avalanche na montanha foi intensa. Nesta quarta-feira (29), os dois estavam a caminho de Khumjung e Kongde para auxiliar os povoados. "O povo do Nepal é muito colaborativo. Temos nossos grupos parceiros por lá e conversei com alguns deles, estão bem, mas a situação é caótica. Santalena e o Eduardo resolveram ficar para apoiá-los e ajudar no que der", explicou Raineri.CAMPANHA Em Campinas, o alpinista mobilizou uma campanha para arrecadar mantimentos, roupas e medicamentos para enviar às vítimas no Nepal. "O pessoal está sem nada e por isso temos que ajudar. Peço doações de roupas em bom estado, alimentos e medicamentos com prazos de validade longos e bem acondicionados, pois este material ficará em trânsito no mínimo uma semana. Agora buscamos uma empresa para ajudar na logística da coleta e no transporte para o Nepal. Eles precisam de ajuda rápida. E até por isso, também direcionamos as doações em dinheiro para a conta do Santalena que está lá", afirmou. Em Campinas, há um posto de coleta de doações na academia Companhia Athletica, no Shopping Galleria. Roupas, medicamentos com validade de no mínimo seis meses, barracas, sacos de dormir e alimentos não-perecíveis, de preferência arroz, feijão, macarrão, lentilha e farinhas, são os itens de maior necessidade.

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