ESCALADA

Raineri acrescenta parapente à aventura no Everest

Alpinista de Campinas pode ser a primeira pessoa a fazer um voo solo do topo até a base do monte

Cecília Polycarpo
cecilia.cebalho@rac.com.br
19/03/2013 às 22:04.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:56

Rodrigo Raineri, alpinista de Ibitinga radicado em Campinas, pode ser a primeira pessoa a fazer um voo solo de parapente do topo até a base do Monte Everest. Se completar a escalada, ele será também o único brasileiro a chegar três vezes ao cume da montanha mais alta do mundo, com 8.848m, localizada entre a China e o Nepal. Um dos pioneiros em esportes radicais ao ar livre no País, Raineri irá enfrentar o ar congelante e rarefeito para fazer história. E foi justamente o clima instável do Everest que impediu o alpinista de ter êxito em sua primeira tentativa de descer de parapente, realizada em maio de 2011.

Quando escalou sua primeira montanha, o Pico das Agulhas Negras, na divisa dos estados de Minas Gerais e Rio, há 20 anos, o então engenheiro de computação formado na Unicamp achou que poderia largar a profissão para viver apenas de escalada. Depois de penar para conseguir patrocínios e abrir a própria empresa de engenharia de segurança em altura e viagens de aventura, Raineri realizou o sonho de chegar ao topo do Everest em 2008 após duas tentativas frustradas em 2005 e 2006.

Agora, o brasileiro quer mais uma vez testar seus limites. “Todos os voos realizados com sucesso até hoje foram duplos. Se as condições climáticas forem boas, o voo pode ser mais seguro do que a descida normal do pico”, explicou. O investimento somente para a viagem ao Everest, sem contar o custo de equipamento e preparação, é de R$ 130 mil.

A expedição, marcada para começar no dia 26 de março e terminar em 1º de junho, foi planejada durante meses por Raineri e sua equipe. Antes da escalada, Raineri faz uma parada na Cordilheira do Himalaia para treinamentos de voo. A subida rumo ao pico começa no dia 1º de abril, na companhia de pelo menos mais dois brasileiros e três sherpas, que são os habitantes da região do monte. Somente para chegar ao acampamento base são 20 dias de escalada, com cerca de 15kg de roupa e equipamento. A aclimatação na base, período em que os alpinistas se acostumam com a baixa temperatura — em torno de -15ºC no Inverno —, dura pelo menos um mês.

É no acampamento que é feita a montagem dos equipamentos de apoio. Nos últimos 15 dias de subida, ocorre a investida final, dividida em quatro etapas. “Temos que parar para descansar algumas horas durante a escalada. Minha estratégia é fazer o ataque final ao cume durante a madrugada, para chegar no pico de manhã.”

O tempo para apreciar a paisagem magnífica da Cordilheira do Himalaia no topo do Everest é ínfimo perto da duração total da odisseia: os alpinistas ficam, em média, 20 minutos no local. “Depende muito do dia, se está fazendo sol ou não, se tem vento. Algumas pessoas ficam duas horas, se as condições são boas. Outras não ficam nem 10 minutos”, contou Raineri. A expedição foi calculada para coincidir com os últimos dias mais “quentes” da montanha — a temperatura deve variar entre 25 e 30 graus abaixo de zero.

No cume é que Raineri irá decidir se existem condições de decolar. Para que o voo seja tranquilo, o vento não pode estar forte. No entanto, sem vento, o parapente não terá sustentação. Caso o voo seja possível, o alpinista espera estar no solo em 30 minutos. Várias câmeras encaixadas em roupas e equipamentos devem registrar o feito.

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