Além de Valinhos e Vinhedo, outras cidades devem adotar a medida nos próximos 10 dias se não chover
Nível do Rio Atibaia, que abastece 95% de Campinas, abaixa ainda mais e impede o uso de canoa; Antonio Cândido Simões atravessa o leito andando ( Dominique Torquato/AAN)
As cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) já estão se preparando para racionar o fornecimento de água à população nos próximos dez dias. Se o consumo continuar elevado e não chover, a maior parte dos 19 municípios vai seguir Valinhos e Vinhedo, que iniciaram o rodízio no fornecimento de água esta semana. Mesmo em cidades que ainda não adotaram o racionamento, como Americana e Sumaré, o consumo excessivo tem provocado falta do produto nos locais mais altos.Em Vinhedo, o racionamento está sendo feito em todo o município em sistema de rodízio por um período de até 4 horas em determinado período do dia. O racionamento acontece de acordo com o consumo de cada região. A cidade capta água em quatro mananciais (Rio Capivari, Córrego Bom Jardim, Córrego da Cachoeira e Ribeirão do Moinho). Situação críticaCosmópolis poderá racionar porque a cidade não tem capacidade para tratar mais água além do volume atual - são tratados 850 metros cúbico por hora retirados do Rio Pirapitingui, que são totalmente consumidos pela cidade. "Se não houver redução no consumo, vai faltar água", disse o secretário de Saneamento Básico, Vital Caló Filho.Em Artur Nogueira, a situação está crítica, segundo o diretor do Serviço de Água e Esgoto (Saean), Sérgio Facilotto. "Estamos em alerta, mas o volume de água nos córregos represados que utilizamos para captação está cada vez mais baixo e se a população não economizar ou não chover em dez dias, vamos implantar o rodízio", afirmou. A cidade está divulgando panfletos pedido para a população economizar. Represas particulares Indaiatuba poderá utilizar a água das represas particulares da cidade para abastecimento, antes de lançar mão do racionamento, informou o serviço de água do município. Há na cidade uma série de açudes que permitirão elevar o nível dos mananciais usados na captação. Em Americana, o problema maior é o crescimento no consumo, 280 milhões de litros a mais do que foi consumido há um ano e o sistema não dá conta de atender essa elevação em período de seca prolongada como agora. Assim, bairros mais alto acabam tendo o fornecimento interrompido, porque os reservatórios não dão conta de voltar ao nível normal. Pedreira está em alerta e fazendo campanha para a redução do consumo. Para abastecer a cidade, são retirados 3,2 mil metros cúbicos diários do Rio Jaguari, manancial que está com vazão muito baixa. A Represa Jaguari, em Bragança Paulista, que libera água para esse rio, está com apenas 16% de sua capacidade de armazenamento.CampinasO Rio Atibaia, no seu trecho em Campinas, está praticamente seco. Apenas cerca de 0,7 m3/s está descendo o rio, após o ponto de captação da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), próximo da Rodovia D. Pedro. Cerca de 5 m3/s chegam na captação e ali 4,1 m3/s estão sendo retirados para abastecer 95% da população da cidade. O que sobra, não consegue dar vazão no rio, que tem a pouca água praticamente parada. Veja também Sumaré faz apelo por economia de água Na última sexta-feira, a temperatura na cidade chegou a 38º C, aliada a uma baixa umidade do ar Valinhos adota racionamento d´água Medida será adotada para toda a cidade a partir desta terça-feira para garantir abastecimento Campinas amplia restrição ao desperdício de água Moradores podem denunciar quem usa água lavando calçadas, desperdício que pode gerar multa Calor não dá trégua e termômetros chegam aos 37 graus Leste de São Paulo terá máxima der 33C ; confira aplicativos que lembram a hora de beber água Estiagem faz Atibaia virar rio de pedra Em alguns trechos já é possível atravessar a pé de uma margem para outro na altura do distrito de Sousas