GUSTAVO GUMIERO

Questão de vida

18/10/2014 às 05:00.
Atualizado em 27/04/2022 às 08:32

“Eu queria viver profundamente e sugar toda a essência da vida. Queria acabar com tudo que não fosse vida Para que quando chegasse a minha morte, Eu não descobrisse que não vivi” (Henry Davi Thoreau) Caro leitor, já faz alguns séculos que a razão apoderou-se da plenitude do ser humano. E a maior consequência foi a incansável tentativa de querer explicar tudo o que há no mundo pela ciência. Ledo engano. Sábios, videntes, profetas, filósofos, biólogos, físicos, cientistas, teólogos, enfim, toda classe de pesquisadores que se ocupam da vida, do mundo e de todo mistério que ronda a existência não têm ainda explicações para muitos assuntos, principalmente no que tange à vida e à sua criação. A vida, o maior mistério da existência e da humanidade, é muito mais bonita e infinitamente mais maravilhosa que todas as disciplinas que foram criadas para tentar analisar, estudar, inferir o que é a vida. A vida é. A vida é por si só. Nenhum pensamento filosófico, nenhuma lei, nenhuma teologia, nada chegará perto de qualificar, de expressar, de resumir o que é a vida. Primeiro existimos, depois pensamos; ou seja, a existência precede a essência. Não como queria Descartes, atribuindo à razão humana a proeminência sobre tudo: “Penso, logo existo”. E para continuar no tom de nossas palavras neste texto: a vida precede a religião, a filosofia, a economia... Nenhuma tentativa de entendimento é capaz de dar conta desse mistério. Muitos cometeram o erro (da razão humana) de tentar definir o que é a vida. Como escrevi, não há definição possível. A vida é. Só nos resta vivê-la, tentando renunciar a entender o que ronda esse maravilhoso mistério. Somos vida, vivemos vida, vivemos a vida, a vida vivida. Uma morte morrida, uma vida vencida. Por isso, se há algum conselho bom, é que VIVA e que se viva intensamente essa dádiva que o Criador nos concedeu e que nos liga a ele, tentando diariamente nos livrar das correntes, das doutrinas e dos grilhões que nos são impostos. Por isso, por estarmos todos compartilhando do mesmo presente divino, recebemos de volta o que fazemos. E quem vive a vida, não encontra a morte. “Colha logo seus botões de rosa, pois o tempo vai correndo. Esta flor que sorri cheirosa, amanhã estará morrendo”.

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