Faleceu a mãe de nosso inesquecível prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos. Uma portuguesa de fibra que soube educar seus filhos como ninguém. Com idade avançada faleceu sem saber como e por quem seu filho foi brutalmente assassinado há doze anos.
Toninho era um político diferente e conhecia Campinas como poucos. Arquiteto e muito preparado pretendia transformar a cidade, principalmente respeitando o meio ambiente.
Desde o primeiro dia de seu governo respeitou o orçamento municipal e reduziu o valor de importantes contratos, contrariando interesses de gente graúda.
Talvez esse tenha sido o motivo de seu assassinato, mas não há vontade política da Polícia Judiciária para desvendar o crime.
Alguns anos após aquele fatídico dia 10 de setembro, com o brilhantismo de sempre, o juiz Henrique Torres não aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público e determinou novas investigações.
Sua decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça, mas de lá para cá nada mais aconteceu.
Desanimada, sua viúva bateu às portas do Ministério da Justiça para pedir que as investigações fossem feitas pela Polícia Federal, todavia não logrou êxito.
Na semana passada, na Câmara Municipal, toda a cúpula do Ministério Público paulista esteve reunida contra a PEC 37, mantendo o poder de investigação dos promotores de justiça. A chamada PEC da impunidade pretende que o poder de investigação seja exclusivo da Polícia Judiciária, mas os promotores não concordam com isso e alegam que em muitas circunstâncias não há vontade política por parte da polícia em investigar determinados crimes.
O assassinato de Toninho é prova inconteste da falta de vontade política para investigar por parte da Polícia Judiciária, mas o se constata é que essa vontade também não está presente no Ministério da Justiça e no Ministério Público paulista.
É uma vergonha que há mais de uma década da morte de um prefeito a população de Campinas não saiba quem matou Toninho e quais as razões desse brutal assassinato.
Os promotores de justiça estão preocupados em preservar o direito de investigar, mesmo sendo parte no processo criminal, mas em Campinas fica difícil para a população abraçar essa bandeira. A omissão tem sido generalizada e não temos notícia de qualquer avanço na elucidação do crime.
Fala-se muito no combate ao crime por meio da “inteligência”, mas não há nada melhor para diminuirmos a criminalidade acabando de vez por todas com a impunidade.
Até quando vamos ficar sem resposta? Quem matou Toninho?