CAMPINAS

Queda de forro cria risco de acidente em rodoviária

Goteiras formam poças de água no chão, que já fizeram usuários escorregar, dizem funcionáriios

Cecília Polycarpo
12/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:41
Administração da rodoviária usa lixeira para conter as goteiras na parte do forro que caiu há duas semanas  (Cecília Polycarpo/AAN)

Administração da rodoviária usa lixeira para conter as goteiras na parte do forro que caiu há duas semanas (Cecília Polycarpo/AAN)

Usuários do Terminal Rodoviário Multimodal Ramos de Azevedo, a rodoviária de Campinas, precisam caminhar olhando para o chão. Desde que o forro de parte do saguão principal desabou, há duas semanas, enormes poças se formam no local. A direção do terminal colocou diversos baldes para tentar conter as goteiras e isolou os dois pontos mais críticos com faixas, mas a água escorre e já causou pequenos acidentes: funcionários relataram que passageiros chegaram a escorregar nas áreas molhadas. Além disso, uma das escadas rolantes, que dá acesso à área de embarque e desembarque, está quebrada. Passageiros que chegam ao terminal com malas, idosos, pessoas com dificuldade de locomoção e grávidas precisam pegar um único elevador ou subir com a bagagem pela escadaria.   Fios expostos O local onde o forro desabou é próximo ao guichê de pagamento do estacionamento. Trabalhadores do local disseram que a estrutura cedeu durante uma tempestade há duas semanas, e que desde então se revezam para secar o chão. “Fico o dia todo com o esfregão na mão. O pessoal escorrega. Mas até agora ninguém se machucou”, disse uma das funcionárias, que preferiu não se identificar. Fios de energia também ficaram expostos depois do incidente, bem perto das grandes goteiras.   “É uma irresponsabilidade, pois pode dar um curto-circuito. Não tem fiscalização. Duas semanas nessa situação é uma vergonha”, disse o aposentado Benedito Pinheiro, de 68 anos, que utiliza o terminal pelo menos duas vezes por semana. A estudante universitária Mariana da Silva, de 19 anos, afirmou que escorregou no local na segunda-feira (9). “Estava com pressa e não vi que estava molhado. A água escorre e, apesar de estar isolada, não tem um aviso chamativo.”   Problema recorrente   Já a escadas rolantes quebradas são um problema recorrente da rodoviária. O Correio fez reportagem em setembro do ano passado relatando o martírio dos usuários que precisavam subir a escadaria com malas ou esperar em fila pelo elevador. O cenário era o mesmo na tarde desta quarta-feira (11). A escada rolante de descida das plataformas de embarque e desembarque estava interditada por problemas técnicos. Uma das funcionárias do local disse que ela está quebrada também há duas semanas. O aposentado Humberto de Sá, de 68 anos, tem uma doença no quadril e se locomove de bengala. Segundo ele, muitos idosos e usuários precisam disputar o elevador nos horários de pico da rodoviária por causa da escada rolante desativada. “O fluxo é muito grande. O elevador não dá conta. Eles deveriam arrumar mais rápido”, falou. O cabeleireiro Gabriel Ítalo, de 18 anos, mudou-se ontem de Salvador (BA) para Campinas, e trouxe parte de suas coisas no ônibus. Para subir com as bagagens, precisou utilizar o elevador duas vezes e carregar outra parte pela escadaria. “Deu bastante trabalho. E disseram que a escada rolante está quebrada há dias.”   Outro lado    A assessoria de imprensa da Socicam, empresa que administra o terminal, informou que equipes de manutenção e operação trabalham no forro para sanar o problema. “Vale informar que estamos falando de um forro mineral, que não oferece qualquer risco de segurança, já que o material se dissolve em contato com a água e não propaga chamas”, diz a nota oficial da companhia.   Ainda segundo a empresa, os fios expostos não representam qualquer risco. Sobre a escada rolante, a Socicam informou que o problema ocorreu no corrimão e é necessária a troca de algumas peças para o funcionamento do equipamento, que, de acordo com a empresa, já foram solicitadas. “Como alternativa, os passageiros podem utilizar as escadas fixas e o elevador para acessar a área. Funcionários da concessionária permanecem no local para prestar o auxílio necessário às pessoas com dificuldade de locomoção ou com muitas bagagens”, diz o texto.

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