Há 20 anos, a película “Quatro Casamentos e Um Funeral”, de Mike Newell, fez sucesso no mundo todo, inclusive premiando o ator Hugh Grant com um Globo de Ouro.Divertido e sintonizado com as características culturais da época, esse filme ainda hoje se mostra atualizado com as demandas sexistas e as diferenças sentimentais e eróticas entre os sexos.Os enredos das ficções muitas vezes se revivem nas ações da realidade. As buscas e insatisfações que mulheres e homens vivenciam nos seus relacionamentos implicam frustrações, conflitos, e obviamente demandam gratificações. E se assim não fosse, nenhuma tentativa valeria a pena.Mas é, via de regra, difícil. Para cada um aproveitar realmente o que há de melhor na relação, trabalhar e contornar as divergências, são necessárias várias técnicas, alto nível de diálogo e uma verdadeira arte de manutenção do vínculo.O desempenho técnico pode ser aprendido, há muitos manuais de orientação e sugestões úteis. Mas a composição de cunho artístico é complexa e nem sempre exequível.Há algumas pessoas com boa índole, talento espontaneamente inspirador e maturidade emocional que se conduzem com maestria nos relacionamentos. Ás vezes, já apresentam essa habilidade ainda bem jovens; outras, só a desenvolvem com o amadurecimento físico. Infelizmente, existem aquelas que morrem sem amadurecer suficientemente.Um homem maduro em idade (chegando aos 60 anos), profissionalmente muito bem sucedido, tem uma história de muitos relacionamentos com mulheres, a maioria deles muito frustrante. Atualmente, ele vive mais um episódio crítico, com chance de nova separação. Em todas as cinco ocasiões anteriores em que se separou, ele já estava namorando outra mulher. Agora, não tem relação paralela, sentindo uma dificuldade bem maior para chegar a uma decisão.Ele vinha se comportando como muitos homens que dizem ter deixado o casamento repetidas vezes. Eles não se dão conta da situação real: na verdade, eles não deixam o casamento, permanecem casados, mas trocam de mulher. Não há o espaço e o tempo de retorno à vida de solteiro, assumir a posição de separado, morar e viver sozinho.A maioria dos homens toma a iniciativa de se separar quando já existe um vínculo com outra mulher. Muito raramente encontramos homens que se separam devido aos conflitos a dois, sem ter outra na espera.Assim, eles vão trocando de companheiras mas seguem uma típica vida de casado.Repensando todas as suas relações, revendo materialmente tudo o que ocorreu, as demandas, discussões, gastos, perdas, prejuízos, bem como todo o estresse sentimental de cada separação e as repetições nas seguintes, nosso focalizado concluiu algumas coisas interessantes.Talvez pudesse estar ainda com a primeira esposa, quem sabe com a terceira, com quem teve um filho... Ou com a quarta, tão carinhosa e sensual...No entanto, pareceu mais fácil e simples afastar-se dos problemas da companheira da época e começar outro relacionamento. Mas as novas mulheres também revelarão dificuldades, ele também repetirá seus conflitos, todos temos limites e criamos dramas.Outro aspecto essencial que percebeu é que permanecer casado trocando de mulheres o impediu de realmente vivenciar namoros. Ele invertia a sequência óbvia das relações: comprometia-se, casava antes de namorar...Esse exemplo é útil para muitos casais que estejam lidando com crises e separações. Eles podem reciclar seus vínculos. Podem se separar, sim, mas também podem revisar a relação e se reencontrar. Se, há pouco mais de meio século, as pessoas tinham que permanecer juntas a qualquer preço, hoje estão se afastando por mínimas razões.Antes de criar uma história de enterrar os casamentos, em trágicos funerais, podem sustentar um bom e duradouro casamento.Quero lembrar ao leitor do nosso Grupo de Estudos do Amor (GEA). No site www.blove.med.br, clique GEA. Ou procure em http://www.anggulo.com.br/gea/eventos.asp. Inscreva-se para acompanhar os eventos e programações.