JOGO RÁPIDO

Quantas e quantas vezes?

Coluna publicada na edição de 3/9/17 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
03/09/2017 às 00:00.
Atualizado em 22/04/2022 às 18:35

Na coluna de ontem, escrevi sobre o comportamento de Coutinho durante as negociações entre Barcelona e Liverpool. O assunto de hoje é a postura do clube inglês durante esse período. Milhões de torcedores brasileiros devem estar com inveja dos fãs do Liverpool. Quantas e quantas vezes você não ficou decepcionado com o anúncio de que o melhor jogador do seu time foi vendido para um time grande da capital? Ou para algum clube do Leste Europeu com um monte de consoantes no nome, do qual você nunca ouviu falar? Ou do Mundo Árabe? Ou mesmo um gigante europeu? Quantas e quantas vezes você não acompanhou o noticiário de alguma transação, torcendo para que não desse certo? Quantas e quantas vezes você não se irritou ao ver que o presidente do seu clube não estava fazendo o menor esforço para segurar aquele cara que resolve os problemas do time no domingo? E, por fim, quantas e quantas vezes você não ouviu o mesmo cartola argumentar que “quando o atleta quer sair, não dá para segurar”? Se você se enxergou em uma, duas ou em todas essas situações, então você deve ter muita inveja daquela turma que canta You'll Never Walk Alone no Anfield. Desde o início, o Liverpool avisou que não queria, não precisava e não iria vender seu craque brasileiro. No dia 10 de agosto, o técnico Jurgen Klopp foi bem claro: “Não vamos ceder. Queremos manter nossos rapazes e contratar alguns novos. O Liverpool não é um clube que precisa de vender jogadores. O que os outros pagam não importa". O Barça não acreditou em Klopp. Não deixou um plano B engatilhado. Na sexta-feira, ainda tentou tirar Di Maria do PSG. Não conseguiu. Gastou toda sua energia em Coutinho porque não acreditou que o Liverpool iria fazer o que disse que iria fazer. Ficou sem ninguém. A postura do Liverpool foi uma lição para todos os clubes que realmente não desejem vender um jogador importante. O Liverpool não foi duro para arrancar mais dinheiro do Barça. O Liverpool foi duro porque seu desejo era ter Coutinho na temporada 2017/18. E, com a força do contrato assinado com o brasileiro, fez prevalecer a sua vontade. Coutinho queria sair. Queria muito. Fez de tudo para sair. Mas não saiu. Deu para segurar. Coutinho vai dar relaxo para se vingar? Vai perder espaço na Seleção, a menos de um ano da Copa? Vai correr o risco de fazer com que o Barça deixe de desejá-lo? Não, não vai. Coutinho precisa fazer o seu melhor para alcançar seus objetivos. E o Liverpool fez o seu melhor para manter seu camisa 10 no elenco.

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