Conheça duas diferentes histórias de adoção
Era uma noite fria de inverno, quando a pedagoga Deivila Abreu Moraes foi acordada por um choro diferente. O vento, do lado de fora da casa, parecia cortar a pele de quem utilizava blusa fina de pijama. A escuridão amedrontava e o latido de Lesse (cachorra de sua avó, falecida, que foi adotada) chegava a incomodar mais do que o próprio choro. Na calcada, dois filhotes. Ambos abandonados,; abandonados em uma noite , que segundo Devila, foi considerada a mais fria do mês de agosto. Caída na grade, após Lessie avançar, a fêmea, mais tarde batizada de Princesa, chorava e tremia. Assustado, o macho, batizado de Bruce correu, correu de Lessie, correu do frio e com medo buscava o mínimo de coragem para sobreviver. “Peguei a Princesa no colo e seu coraçãozinho estava disparado, suas patinhas estavam congeladas. Embrulhei-a em uma toalha e fiquei com ela até que se acalma-se, depois a coloquei em uma caixa de papelão” - relatou a pedagoga. Bruce, o fujão, foi encontrado uma hora depois. Andou, ou melhor, correu bastante e tremendo de frio foi levado para a mesma caixa, junto a irmã. “ Eles ficaram ali descansando, aquecendo e acalmando, quietinhos por várias horas, depois como eu só tinha ração de adultos umedeci em leite morno, eles comeram muito e voltaram a dormir” - contou. A busca para um novo lar para a dupla, começou no dia seguinte, porém, os olhares brilhantes e mudança de rotina fez com que Deivila mudasse de ideia. “Postei algumas fotos no face a fim de encontrar um lar para eles, como eu os vi tão maltratados, com dedos quebrados, marcas de maus tratos, cheios de pulgas e carrapatos, desnutridos e ainda por terem sido abandonados no frio, fiquei cautelosa em quem seriam os seus possíveis donos. Os dias foram passando, comprei remédio de verme, talco para as pulgas e carrapatos, a ração para filhotes e acabei ficando com eles”. Entre chorinhos e brincadeiras, tratamento e carinho a rotina da pedagoga foi se adaptando a rotina de Princesa e Bruce, os dias foram passando e a caixa de papelão temporária tornou-se uma cama fixa em sua lavanderia, com água, ração para filhotes, panos quentes e brinquedos. “Quando eles chegaram não tinha nem 2 meses que havíamos perdido minha Vó e a Cindy (minha cachorrinha companheira de 14 anos) então Deus nos enviou duas criaturinhas para trazer um pouco de alegria e cor para a nossa vida, para que os nossos dias não fossem mais tão cinzentos” - concluiu a pedagoga, que afirmou que ao decidir adotá-los muitas pessoas se dispuseram a ajudar, com vacina e castração. . Sucata, o comedor de pen-drive O ano estava terminando quando o técnico de informática, Wesley Zoppe, resolveu presentear sua namorada de uma forma diferente. Ambos fazem parte de um grupo de voluntários que fazia uma ação de natal em um assentamento de Americana. Bruna, sua namorada, avistou de longe um filhote, escondido em um pneu abandonado, todo machucado, com pulgas e carrapatos por todo o corpinho.Seu sofrimento a sensibilizou, porém não conseguiu levá-lo embora. Em casa, chorando, contou o que viu para Wesley, o qual resolveu, como surpresa, resgatar o filhote.Quando foi buscá-lo, ele estava no mesmo pneu, com o mesmo choro, porém, mais fraco e mais machucado. Durante o tratamento, a veterinária afirmou que mais um dia no pneu, a vida do filhote seria perdida. O natal passou, Bruna ficou sem presente e Sucata permaneceu internado. Wesley arcou com todos os gastos e quando já estava bom para receber alta, presenteou sua namorada com um filhote sem pulgas, sem carrapatos, sem machucado e bem mais forte. Batizado de Sucata, o pequeno filhote do pneu abandonado hoje faz questão de mostrar sua força em todas suas travessuras. “Hoje posso definir o Sucata como um comedor de pen drive, comedor de para lamas de moto, toalhas e calças do varal e principalmente meias” - afirmou. Bruna, a namorada presenteada, continua cada vez mais apaixonada e entre as meias, calças e objetos destruídos, está um amor ente um casal e um presente especial de natal.