Comer bem é o principal passo para evitar as temíveis doenças crônicas não transmissíveis
“Ter uma alimentação saudável, ou seja, rica em frutas, verduras e legumes, é uma das principais formas de evitar as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como colesterol, triglicérides, diabetes do tipo 2 e pressão alta, que podem evoluir para problemas coronarianos”, afirma a nutricionista Simone Aun.De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, as DCNTs são responsáveis por 58,5% das mortes e 45,9% da carga de doença no mundo. Apesar de não serem transmissíveis, elas são multifatoriais, se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração.No Brasil, as DCNTs são a causa de 72% das mortes e de 75% dos gastos com atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo estimativa divulgada peo Ministério da Saúde em 2011, o que configura uma mudança nas cargas de doenças, e se apresenta como um novo desafio para os gestores de saúde. Ainda mais pelo forte impacto das DCNTs na qualidade de vida dos indivíduos afetados, a maior possibilidade de morte prematura e os efeitos econômicos adversos para as famílias, comunidades e sociedade em geral.Além da má alimentação, vários fatores podem influenciar no desenvolvimento dessas doenças. Dentre elas, de forma mais abrangente, destacam-se os determinantes sociais de saúde, como as desigualdades sociais, as diferenças no acesso aos bens e aos serviços, a baixa escolaridade, a renda e as desigualdades no acesso à informação.O excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no Brasil. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, a proporção de pessoas acima do peso no País avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.O aumento das porcentagens de pessoas obesas e com excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso ideal. Agora, as proporções subiram para 52,6% e 44,7 %, respectivamente.A obesidade também é um forte fator de risco para saúde e tem relação com a dislipidemia, ou seja, aumento do nível de gordura no sangue, que levam a pessoa ter colesterol e triglicérides altos. “Nosso organismo produz naturalmente cerca de mil miligramas de colesterol por dia. Os outros 100 a 500 miligramas vêm diretamente da alimentação”, explicou Simone.Um outro dado que vem preocupando os especialistas é o baixo consumo de frutas e hortaliças. Apenas 20,2%, ingerem a quantidade recomendada pela OMS, que é de cinco ou mais porções ao dia. A conclusão é da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.O estudo mostra que as frutas e as hortaliças, fortes aliadas na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis estão sendo deixadas de lado por uma boa parcela dos brasileiros na hora da refeição. Segundo estimativas globais da OMS, o consumo insuficiente de frutas e hortaliças é responsável anualmente por 2,7 milhões de mortes e por 31% das doenças isquêmicas do coração, 11% das doenças cerebrovasculares e 19% dos cânceres gastrointestinais ocorridos em todo o mundo. 1. Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições 2. Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos, como as batatas e raízes, como a mandioca/macaxeira/aipim, nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural 3. Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches 4. Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e bom para a saúde 5. Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis 6. Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. Fique atento aos rótulos dos alimentos e escolha aqueles com menores quantidades de gorduras trans 7. Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação 8. Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa. Evite consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio), como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, conservas de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos 9. Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições 10. Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo. Mantenha o peso dentro de limites saudáveis Fonte: Ministério da Saúde