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Quando a dor é mais que um sinal

Hérnia de disco atinge pacientes de todas as idades; tratamento pode incluir cirurgia

Viver Melhor
faleconosco@rac.com.br
18/10/2013 às 15:38.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:25

Além do incômodo, as dores nas costas atrapalham e transformam as pequenas tarefas e afazeres diários em verdadeiros sacrifícios. As causas podem ser diversas. Uma das mais comuns é a hérnia de disco, uma doença que atinge pessoas de todas as idades, mas prevalece na faixa etária dos 30 aos 50 anos. Se não tratada corretamente, pode se tornar incapacitante. Apenas nos primeiros três meses do ano, quase 16,5 mil pessoas foram afastadas do trabalho em todo o País por transtornos dos discos cervicais e intervertebrais, segundo dados da Previdência Social. Segundo os especialistas, existe tratamento para a doença, mas a melhor indicação é a prevenção, com mudanças de hábito.  A hérnia de disco ocorre por uma alteração na estrutura dos discos intervertebrais — que ficam entre as vértebras — e pode afetar qualquer um dos segmentos da coluna, de acordo com o neurocirurgião Sérgio Cabral. “Esse disco é composto de uma estrutura cartilaginosa, com um núcleo gelatinoso, e funciona como um amortecedor entre as vértebras, para evitar que haja impactos”, explica. Em algumas situações patológicas, entretanto, o disco perde essa estrutura. Ele fica inflamado e se desloca de seu lugar normal, provocando dores.  Entre os principais motivos do rompimento estão esforço físico exagerado, postura inadequada e falta de atividade física. “Normalmente, é constitucional. Vem de esforço, de postura errada e de outra série de fatores. E é uma doença degenerativa.” Com o rompimento, a hérnia passa a pressionar a raiz de um nervo. As consequências são dores nas costas, na região em que o disco está inflamado. Mas a dor também pode se irradiar para os braços e para as pernas, de acordo com o nervo que está sendo comprimido.  Em algumas situações, a hérnia de disco pode levar à incapacidade física. “E o perigo é que algumas vezes ela mata a raiz do nervo. A pessoa, além da dor, começa a perder a força e a sensibilidade dos braços ou das pernas, dependendo de onde esteja a hérnia de disco”, afirma. A faixa etária predominante é dos 30 aos 50 anos, mas segundo Cabral, a doença não ocorre apenas em adultos. “A vida moderna que levamos, postura errada na frente do computador, ou para usar o telefone, falta de atividade física regular que fortaleça a musculatura da coluna, atividades traumáticas — profissionais ou esportivas — podem levar a uma hérnia de disco em qualquer faixa etária.” Tratamento Os profissionais indicados para descobrir e tratar o problema são o neurocirurgião ou o ortopedista com especialização em coluna. E o diagnóstico pode ser feito por meio de tomografia ou ressonância magnética de coluna. “Quando a pessoa tem sintomas que nos levam a crer que é uma hérnia de disco, o especialista pode pedir um desses dois exames”, explica. Em 80% dos casos, a doença tem tratamento com medicações analgésicas e anti-inflamatórias e repouso. “Os outros 20% não melhoram com remédio e repouso ou apresentam déficit motor, que é quando a hérnia está matando o nervo. Esses casos precisam de cirurgia.”  De toda forma, a prevenção continua sendo a principal indicação dos médicos, tanto para quem já enfrentou o problema como para quem quer fugir dele. “Mesmo com o tratamento, a coluna fica comprometida, por isso, a recomendação é que a pessoa faça um trabalho de prevenção para que novas hérnias não apareçam.” As medidas vão desde o cuidado com a postura a atividades físicas regulares para fortalecer a musculatura da coluna. “Natação, hidroginástica e pilates são exercícios excelentes para prevenir hérnia de disco”, completa.  Foram dois meses de dores no braço e formigamento até que a artesã Cristiane Pasquotto Tanaka, 35, recebesse o diagnóstico de hérnia de disco na coluna cervical em outubro do ano passado. “Fazia raio-x e não dava nada. Então o médico pediu tomografia e ressonância e descobriu que eu estava com uma hérnia de disco”, afirmou. Nesse período, Cristiane fez fisioterapia, mas não teve melhora. O médico, então, indicou a cirurgia. Os cuidados pós-operatórios duraram dois meses, mas valeram a pena. O tratamento deu certo e permitiu que a artesã retomasse a rotina. “Fiz repouso absoluto e usei o colete cervical por um bom tempo. Mas agora não sinto mais nada. Resolveu completamente o meu problema” , afirmou.

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