O Guarani estreou na Copa do Brasil com uma derrota, a 15ª em suas últimas 21 apresentações. O carrasco da vez foi o Confiança, que vive um momento ruim no Campeonato Sergipano. Contra o Bugre, porém, a sua torcida voltou a celebrar um triunfo e ainda gritou "olé" no 2º tempo. Depois da partida, o técnico interino Paulo Pereira disse que o resultado mais justo seria o empate, mas que a derrota por um placar baixo ficou de "bom tamanho" para o Guarani.
E afinal, de que tamanho o Guarani pretende ser? É um clube que completa dez partidas sem ganhar e fica contente porque perdeu só de 1 a 0 do time que ficou em 27º lugar na Série D de 2010? Ser assim está de "bom tamanho"?
Paulo Pereira também enalteceu o fato de o time ter atuado com vários jogadores da base. É disso que o Guarani quer se vangloriar? Deveria lamentar, já que os bons jogadores que formou recentemente estão no Botafogo, no São Paulo, no Santos e sabe-se lá onde mais. Deveria lamentar também a decisão de jogar aos leões seus garotos que mal conseguem (geralmente não conseguem) passar da primeira fase da Copa São Paulo.
Um bom trabalho de base revela garotos de qualidade, que são promovidos ao profissional por méritos e aos poucos, para que tenham tempo de se adaptar. Para que possam render bem, é necessário também que o time já esteja formado e seja competitivo. Jogar quatro ou cinco garotos de uma vez em uma equipe que faz a pior campanha da história do clube no Paulistão não é dar oportunidade, muito pelo contrário.
Não se discute que a crise financeira é um problema grave, mas no final de semana o clube deve ser rebaixado pela 9ª vez em 13 anos. Por quanto tempo mais a torcida terá que ouvir as mesmas lamúrias e amargar os mesmos resultados? Por quanto tempo mais o Guarani achará que perder de pouco está de bom tamanho? Por quanto tempo mais o Guarani continuará quebrando recordes negativos?
A negociação do entorno do Brinco de Ouro pode mudar esse quadro? Talvez, desde que o Guarani seja competente e criterioso na hora de escolher parceiros e investidores. E, depois, será fundamental ter ambição para atingir um nível compatível com a história e o tamanho do clube. O Guarani não pode se satisfazer com derrotas para o Confiança e com quedas sucessivas. Hoje, é só o técnico interino que pensa que isso está de bom tamanho. O perigo é que, em breve, essa mentalidade tome conte do clube todo. Daí não terá mais volta.