MOMENTO COACHING

Qual a mensagem que você passa?

Renata Passos
faleconosco@rac.com.br
23/03/2015 às 10:03.
Atualizado em 24/04/2022 às 03:07

Renata Passos, especialista em coaching (AAN)

Uma coisa é o que falamos e dizemos acreditar. Outra é a que passamos de fato, ou seja, na prática o quanto o que acreditamos esta implícito nas nossas ações.O nome disso é incongruência, falar uma coisa e fazer outra.Na teoria e aqui na leitura, fica fácil se orgulhar e dizer que você não é assim, mas na prática, as coisas não são bem assim.Boa parte das pessoas diz que errar é humano, que todos erram que erro faz parte do aprendizado e do crescimento. Sem por aí declarando "atirem a primeira pedra quem nunca errou", colocam a palavra erro como um dos valores da empresa na tentativa de estimular a inovação e a criatividade, mas na vida como ela é...A mesma pessoa vai sempre ao mesmo restaurante no final de semana. Senta naquela mesma mesa que gosta. Chama o garçom pelo nome e para não errar, pede o "de sempre". Vai trocar o carro e permanece com a mesma montadora e algumas vezes até com o mesmo modelo.Segue viajando para os mesmos lugares e se hospedando no mesmo lugar. Com a desculpa de relaxar e de não se preocupar, diz querer voltar para aquele lugar que já tem uma história.Permanece fazendo as mesmas coisas, da mesma forma no mesmo lugar por anos.Se tiver filhos, pode passar o dia repetindo que errar é humano que eles jamais acreditarão! Os funcionários então, ficarão apavorados pela ideia do erro. Pode investir o que quiser em cursos de criatividade e inovação, as mudanças seriam mínimas.O que somos é mais forte do que falamos.São nossas atitudes que nos apresentam e legitimam e não as nossas falas.Pais que fazem sempre o mesmo enviam constantemente para os filhos a mensagem que errar é ruim, arriscado e que é melhor fazer o de sempre da mesma forma e do mesmo jeito. O que fica é que errar é arriscado e perigoso demais. Logo estas crianças apresentarão baixa tolerância ao erro, se cobrarão mais do que o normal e se cometerem um erro importante dificilmente se perdoarão.Essa foi a mensagem que recebeu desde sempre. Boa parte de nossos comportamentos foi aprendido pelo meio que fomos criados. Claro que podemos mudar, mas mudança exige consciência e esta é a questão. Muita gente passa a vida toda sem perceber isso e quando se dá conta, se castigou por uma vida, só pra não errar de novo!Também não dá pra sair por aí, sempre querendo coisas novas e diferentes o tempo todo, não é isso que estou falando, mas arriscar é fundamental na construção de um modelo que tolera dor, erro e desprazer."Se dar bem" e acertar todas não faz parte do mundo real.   A maturidade emocional nos confere capacidade para aceitar nãos, erros, desconfortos, faltas e desprazeres sem fecharmos a cara, fazermos birra, batermos porta e papel de vítima. Pelo menos deveria ser assim.   Para gozarmos de saúde e equilíbrio emocional, precisamos arriscar e aumentar nossa tolerância ao desconforto.   Temos que bater cabeça para encontrarmos um restaurante novo, pedirmos um prato diferente e correr o risco, (uau!) de comermos mal.   Viajar para um lugar desconhecido e passar uma parte do dia errando o caminho e quebrando a cabeça com o mapa na mão.   Trocarmos o carro e percebermos que o antigo bem mais em conta era melhor.Mudarmos todo o processo de contratação, investirmos bastante tempo e dinheiro e tempos depois, voltar ao que era antes.   Lançarmos um produto que prometia ser revolucionário e logo depois, vê-lo mofar no estoque.   Percebe que inovação exige risco?   A melhor parte é que boa parte destes riscos hoje esta mais que mapeado.   Vários aplicativos apresentam notas e comentários sobre restaurantes.Incontáveis as páginas da internet sobre viagens, destinos e passeios, só erra feio quem não se informa.   Carros são testados e comentados por revistas e sites confiáveis. Sempre alguém tem uma história pra contar do que é novo para você.Na empresa, existe benchmark, copiar as melhores práticas das melhores empresas. Ninguém mais inventou a roda. Pesquise bem que alguém já teve a mesma ideia.Com tudo isso, mesmo diminuindo a probabilidade ao erro, ou melhor, aumentando a do acerto, as coisas podem dar errado sim.Mas e daí?Se você não é mais criança, já sabe que depois do erro a vida segue normalmente.Só criança não tolera dor e desconforto. Chora, grita, faz manha e birra!Se você quer mesmo enviar a sua equipe ou família a mensagem de arriscar, ir mais alto, mais longe, mais fundo e alcançar o máximo que a vida pode lhe dar, precisar oferecer mais do que estrutura e condições.Precisa oferecer um ambiente seguro e acolhedor ao erro. Não na teoria, mas na PRÁTICA. É a partir do exemplo dos líderes e não dos seus discursos.Do contrário, teremos funcionários e filhos que não erram muito, que fazem boas coisas e certas a maior parte do tempo, mas que ousam pouco voam baixo e se cobram em excesso. Estes quando erram sofrem de maneira desproporcional ao fato, cai seu mundo por notas um pouco mais baixas, perdem o dia quando erram um caminho em uma viagem, fecham a cara quando um funcionário não cumpre o combinado, batem o telefone quando contrariados.A escolha é sempre nossa, podemos decidir crescer de dentro para fora ou seguirmos crescidos por fora e uns bebês manhosos por dentro!Simples assim, só isso e mais nada!

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