ENTREVISTA

Pugliese encara o maior desafIo da carreira

Aos 32 anos e estudioso, o novo técnico do Guarani tenta vencer inexperiência com trabalho

Carlos Rodrigues
carlos.rodrigues@rac.com.br
19/05/2013 às 16:23.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:29

Tarcísio Pugliese nunca se arriscou a jogar futebol profissionalmente. Desde muito cedo, sempre se empenhou em exercer funções fora das quatro linhas. Estudioso e metódico, o treinador de 32 anos pode até parecer jovem para o cargo, mas já carrega em seu currículo certa experiência. Agora, no entanto, ele encara seu maior desafio da carreira. Em entrevista exclusiva ao  Correio Popular, o técnico do Guarani fala sobre a profissão, o atual cenário do futebol brasileiro e a responsabilidade que terá em tentar reconduzir o Bugre à Série B do Campeonato Brasileiro.

Correio Popular - O mercado de treinadores hoje se divide entre ex-jogadores e aqueles que nunca atuaram profissionalmente. Como você avalia essa diferença de perfil?

Tarcísio Pugliese - Acho que qualquer experiência a mais que você tenha vida, sob qualquer aspecto, é positiva, mas só ter jogado não credencia necessariamente ninguém a ser um bom treinador. É costume a gente achar que o ex-atleta, por ter sido um grande jogador, vai ser um grande técnico, mas essa relação não existe. Aí quando se contrata alguém que não jogou, sempre gera uma dúvida. Fica a expectativa do cara que jogou muito seja a solução e não é necessariamente isso.

Em suas entrevistas, você costuma dizer que o futebol brasileiro está atrasado. Em que sentido?

Não tenho dúvida que ainda temos os melhores atletas, mas não conseguimos trabalhar eles da melhor maneira possível. Estamos muito atrasados em relação à metodologia de treinamento e forma de jogar se comparado com os outros países, até mesmo aqui da América do Sul. Enquanto nós, treinadores, não nos especializarmos e evoluirmos, vamos ter bastante dificuldade para competir com outros países.

Você afirma ter um método diferente de trabalho. Em que ele é diferente do que é feito por outros técnicos?

Comecei a usar essa metodologia e jogar dessa forma em 2008, no Luverdense. Trabalho de uma forma um pouco mais integrada, sem separar os treinos em tático, técnico e físico. São aspectos importantes e você tem que gerenciar todos eles, mas não separá-los. Você precisa ver um atleta como um todo. Se psicologicamente ele não estiver bem, não vai render o que você quer nos 90 minutos. E se ele estiver bem fisicamente, mas não fizer a função que precisa ser feita, vai haver desgaste e outros problemas. Se tudo se relaciona no dia do jogo, tudo tem que se relacionar nos treinos. Você tem que deixar o treino o mais próximo possível do jogo.

Na estreia do Guarani na Série C, no dia 2 de junho, será possível perceber essas diferenças?

Tenho convicção que o torcedor verá um Guarani diferente, o que não significa falar que vamos vencer todos os jogos, lógico. Estamos montando um time no nível da divisão, com uma folha salarial na realidade da divisão e claro que pra você mudar um processo leva tempo, mas eu tenho certeza absoluta que, contra o Madureira, o torcedor vai perceber um time diferente, em relação à forma de jogar e à intensidade.

Você tem certa experiência em disputas de Série C. Que análise faz da competição?

É um campeonato complicado. Você joga 18 jogos na primeira fase e vai definir o acesso com um time da outra chave. Ainda foge do ideal, a Série C tinha que ser nos mesmos moldes da A e da B, com o mesmo regulamento e forma de disputa. Seria mais justo, mas temos que encarar a realidade do campeonato e se adequar a ela.

Hoje, pelo que você viu do Guarani e pelo início do trabalho, está confiante?

Temos um time competitivo, tenho certeza que com o tempo as coisas vão se organizar. Só me preocupa um pouquinho a falta de estrutura do Guarani nesse momento e o fato da competição estar muito próxima, mas não me preocupa demais também. Estou mais confiante do que preocupado.

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