CRISE POLÍTICA

PT critica Levy que disse que Dilma não age de forma eficaz

"Não é recomendado a um subordinado esse grau de liberdade. Espera-se dele um discurso mais uníssono ao da presidente", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP)

Agência Estado
30/03/2015 às 08:57.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:34
Frase teria sido dita em inglês em palestra que o ministro dava a ex-alunos da Universidade de Chicago ( Cedoc/ RAC)

Frase teria sido dita em inglês em palestra que o ministro dava a ex-alunos da Universidade de Chicago ( Cedoc/ RAC)

Parlamentares do PT criticaram a declaração do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que a presidente Dilma Rousseff nem sempre age da forma mais eficaz. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que a fala de Levy foi infeliz. “Não é recomendado a um subordinado esse grau de liberdade. Espera-se dele um discurso mais uníssono ao da presidente”, afirmou.   “Há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil... Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno.” Joaquim Levy - Ministro da Fazenda A fala de Levy ocorreu na semana passada, a um grupo de ex-alunos e professores da Universidade de Chicago. A gravação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo e, nela, o ministro diz em inglês: “Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil... Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno”. Do PT da Bahia, o deputado Afonso Florence também questionou o que disse Levy. “(É) outra afirmação do ministro que requer ‘ajuste’. Ele (Levy) vai ajudar mais tornando ‘efetiva’ a política econômica, ajudando a presidente a levar o País à retomada do crescimento, do que falando novamente coisas desse tipo”, avaliou.Já o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) minimizou o caso. Segundo ele, o destaque dado para a notícia visa provocar uma “contradição” entre Levy e a presidente Dilma. “Muitas vezes você quer acertar e tem dificuldades por vários motivos, como o excesso de burocracia e o próprio Congresso”, disse. Levy contesta   Joaquim Levy, contestou o que considerou uma interpretação errada de frase dita por ele. Após a matéria ser publicada, a assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda se manifestou dizendo que Levy “lamenta a interpretação dada à sua frase”.Segundo a assessoria, a fala dele expressa que “aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento dos seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Excelentíssima Senhora presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada”.   A assessoria de comunicação ressaltou que a contestação não é uma nota oficial da Fazenda, mas uma manifestação pessoal de Levy, e destaca que o ministro proferiu a fala em uma conversa informal, na qual procurava “transmitir os principais pontos do ajuste econômico em face da evolução da economia global e da exigência de crescimento do Brasil e a importância de executá-lo rapidamente”.Caiu por menos O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou ontem ao jornal O Estado de S.Paulo que perdeu o cargo de ministro da Educação por ter criticado o governo de forma mais branda do que fez o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Cristovam foi ministro do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi demitido, por telefone, em 2004. “Eu fui dizer coisas desse tipo sobre o Lula, sem nem citar o nome dele, e acabei caindo muito rápido. Lembro da frase que eu disse: não precisa do Fome Zero, basta ampliar a Bolsa Família. Então, essas coisas, é perigoso para um ministro dizer. Mas acho que é uma frase correta”, disse Buarque sobre a fala do atual ministro de Dilma.Para o senador, que pertence à base de apoio à presidente, Dilma é “bem intencionada, mas muito arrogante”.

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