Visitou

Provocando a fome (também de ler)

Érica Araium
05/03/2015 às 16:01.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:24
Metrópole Visitou  (Giancarlo Giannelli/Especial para AAN)

Metrópole Visitou (Giancarlo Giannelli/Especial para AAN)

Unir gastronomia e arte sempre foi pretensão do saudoso escritor, educador e psicanalista Rubem Alves. Algo que ocorria, entre os anos 1990 e 2010, no extinto Restaurante Dalí. Desde dezembro do ano passado, meses após sua partida (em julho), o café-bistrô que leva seu nome agrada a canoeiros de sua plêiade e a quem mais chegar – e que venham ou não remando pela terceira margem do rio. O espaço acolhe mais de uma centena de obras do mestre, disponíveis para consulta. Também sedia eventos culturais, colóquios e afins – a programação é coordenada pelo Instituto Rubem Alves, parceiro da Associação Cultural Campinas na empreitada. E boa comida? Ah, como há. “O próprio Rubem dizia que a tarefa do professor é a mesma do cozinheiro. A gente precisa provocar a fome”, comenta o chef Jean Claude Bernhard.   Foto: Giancarlo Giannelli/Especial para AAN   Criterioso, discípulo da cozinha clássica francesa e fã dos acentos mediterrâneos, Bernhard zela especialmente pelo menu do bistrô, que é à la carte. “A preocupação primeira é com a qualidade dos produtos. Com eles podemos criar pratos diferenciados”, argumenta. Entre os que levam assinatura, lista o Filet Munich, preparado com cerveja preta; o Peixe Bella Itália, grelhado com molho de vermute e servido com risoto de limãosiciliano e crispies de poró; e o shiitake aogorgonzola – o fungo é preparado à milanesa e recheado com creme de gorgonzola gratinado. Sugestão para entrada é o Involtini Zucchini, que leva abobrinhas italianas recheadas com presunto cru, cream cheese e molho de limão-siciliano. Para a sobremesa, caem bem o brownie clássico e também a taça da felicidade, à base de cupuaçu, frutas tropicais e castanhas. Extenso, o menu inclui ainda saladas, cremes e caldos – como o de feijão, paixão de Rubem. Outro prato predileto do escritor, o frango mineiro, foi relido pelo chef: sobrecoxa invertida com quiabo refogado, creme de polenta e arroz branco. Até as 12h, ovos pochê e tapioca podem ser ordenados para acompanhar o café. Lanches e salgados também são servidos à tarde e há almoço executivo de segunda a sexta. No jantar, o espaço ganha levada de bistrô e vigora o à la carte. Entre os bebes, drinques clássicos e autorais, sucos e mais. O drinque refrescante que entregamos aqui é o da casa, teste. A pâtisserie conta com fornecedores parceiros e inclui doces finos.   Foto: Giancarlo Giannelli/Especial para AAN A decoração, aconchegante e contemporânea, ganhou muito com a memorabília. O semblante do escritor “espia” os visitantes. Registros do álbum de família compõem a passagem para a varanda ipê-amarelo (planta que adorava, aliás). Frases pensatas ganharam destaque nas paredes. Vale conferir, e logo. Tempus fugit! Carpe diem.   COQUETEL RUBEM ALVES   INGREDIENTES _50ml de cachaça_2 pedaços de abacaxi_1 colher (sopa) de maracujá_2 fatias de carambola_Açúcar e gelo a gosto   PREPAROMisture o açúcar com o abacaxi. Acrescente o maracujá e as fatias de carambola. Complete o copo com gelo e, por fim, adicione a cachaça.

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