HORTOLÂNDIA

Protetores de SP vem resgatar cão, que some do CCZ

A Prefeitura informou que o cão, que havia sido vítima de maus-tratos, foi adotado, mas alegou sigilo

Raquel Valli
01/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:45
Protetores de São Paulo foram ao CCZ de Hortolândia na terça-feira (31) adotar cachorra, que não foi encontrada nem por policiais   (Gislaine Cristina )

Protetores de São Paulo foram ao CCZ de Hortolândia na terça-feira (31) adotar cachorra, que não foi encontrada nem por policiais (Gislaine Cristina )

Protetores de animais de São Paulo vieram na manhã desta terça-feira (31) a Hortolândia para adotar uma cachorra que estava no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O pedido de ajuda partiu de protetores de Hortolândia, por meio do Facebook, para uma mestiça de poodle, que na quinta-feira passada (26) foi fotografada no CCZ. "Eles não dão banho, não tosam, não cuidam dos carrapatos... pelo amor de Deus... alguém pode adotar ou dar lar temporário?", pediu na rede social a protetora Gisleine Cristina. A protetora recorreu à Luisa Mell, que atendeu à solicitação.    Hoje, entretanto, ao chegar a Hortolândia, o animal não foi encontrado. A polícia foi chamada, realizou uma busca no centro, mas também não encontrou a cachorra.    Todos os animais do CCZ e mesmo os abandonados nas ruas são de responsabilidade do Estado, e, no caso, mais especificamente, da Prefeitura. Quem afirma é a advogada Angelica Soares, especialista em proteção animal, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Campinas e membro suplente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campinas (Comdema).   Para deixar o centro, sendo adotado, por exemplo, é necessária que uma ficha com os dados do animal e do adotante seja preenchida. Caso tenha morrido, é preciso um laudo veterinário que ateste a causa da morte. Onde está? A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Hortolândiapara saber o paradeiro da cachorra e o motivo de ela não ter sido encontrada no CCZ. Por meio de nota, a assessoria de imprensa afirmou que o animal foi adotado na segunda-feira (30). Segundo a nota, foi resgatado sujo e doente, mas já estava em condições de ser adotado, por isso, foi doado à pessoa interessada mediante assinatura de documento.   A administração afirmou, ainda que por motivos de sigilo o nome do proprietário do cão só poderia ser fornecido por ordem judicial.   A resposta, entretanto, contradiz a Lei de Informação (nº 12.527, de 18 de novembro de 2011), que garante a qualquer cidadão acesso a esse tipo dado. "É público e tem que ser transparente", explica a especialista Angelica.     A reportagem, então, voltou a entrar em contato com a Prefeitura, solicitando novamente as informações sobre o paradeiro da cachorra. Informou inclusive à assessoria que era de direito obter a resposta.  A partir daí, a assessoria respondeu que: "por questões éticas, a fim de preservar a identidade do proprietário do animal, as informações sobre nome e endereço desta pessoa só serão fornecidas mediante solicitação formal, de acordo com a Lei da Informação" (para isso, é necessário que o pedido seja apresentado junto ao protocolo Geral da Prefeitura, no Paço Municipal Palácio das Águas, das 8h às 17h)."Vamos até o fim"   Para a protetora Gislaine, entretanto, "o protocolo é na verdade para a prefeitura ganhar tempo porque a cachorra deve estar morta". E afirma: "mas nós não vamos desistir. Vamos até o fim, até descobrir toda a verdade".    Sobre a hipótese da cachorra ter sido mesmo adotada, Gislane aponta que a adoção teria, nesse caso, sido feita irresponsavelmente. "Primeiro, ela estava cheia de feridas. E essas feridas não saram de uma hora outra pra outra pra ela já estar apta à adoção. Segundo, se foi doada ainda doente não foi castrada, e eles são um centro de controle, então isso teria que ter sido feito".    Gislaine disse ainda que irá protocolar o pedido no Paço e que se a cachorra foi mesmo adotada, que irá até o local em que ela está. "Quero ver essa ficha, e ver com os meus próprios olhos se ela está bem".     

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