Profissionais da cidade não aderem a movimento nacional contra planos de saúde
Médicos de todo o Brasil realizam nesta quinta-feira (25) manifestação para marcar o Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde. O objetivo do movimento é tornar pública a insatisfação da categoria com as interferências das empresas de planos de saúde.
De acordo com a Associação Paulista de Medicina (APM), o atendimento eletivo no Estado de São Paulo a todos os planos deverá ser suspenso e apenas as urgências e emergências serão assistidas integralmente. Por outro lado, a regional da associação garante que o atendimento em Ribeirão não deverá ser afetado inicialmente.
“A manifestação em Ribeirão será apenas informativa. Será um dia de muita expectativa, porque vamos aguardar o andamento das negociações e as diretrizes da Associação Paulista de Medicina”, afirmou Cleusa Cascaes Dias, presidente do Centro Médico de Ribeirão Preto e diretora da regional da APM.
Os integrantes do movimento também irão abordar o resultado de uma pesquisa inédita feita pela APM, em parceria com 22 especialidades médicas, com o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo e a Federação Nacional de Associações de Prestadores de Serviço de Fisioterapia. O estudo apontou alto grau de insatisfação dos prestadores de serviço das três áreas com os planos de saúde.
Pelo levantamento, 80% dos médicos, 88% dos cirurgiões-dentistas e 87% dos fisioterapeutas afirmam que já se descredenciaram ou pretendem se descredenciar de planos de saúde. Quando solicitados a fazer uma avaliação geral dos planos, somente 6% dos médicos cravaram índices ótimo (2%) e bom (4%). A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 14 de abril, com uma base de amostragem que contou com cerca de 5 mil médicos.
O protesto será realizado porque o prazo dado às operadoras dos planos de saúde para uma resposta às exigências feitas pelo sindicato vence nesta quinta-feira. “Estamos propondo um novo contrato com as empresas onde já constariam os reajustes periódicos aos médicos e também garantiriam melhores condições de trabalho”, disse Cleusa.
As manifestações serão centralizadas na avenida Paulista, em São Paulo, das 7h às 10h, que contará com a concentração de médicos nos dois sentidos da via. Haverá distribuição de uma carta aberta e de saquinhos de lixo para carros com os dizeres: “Lugar de plano ruim é no lixo. Sua saúde merece respeito”. Por volta de 10h, os médicos realizarão um ato público e soltarão 10 mil bexigas pretas.