GUTO SILVEIRA

Protesto contra atraso

19/07/2013 às 08:47.
Atualizado em 25/04/2022 às 10:50

Os moradores da região da Vila Lobato perderam a paciência. Passaram a distribuir nas casas um convite para um protesto marcado para o dia 24, às 14h, no Centro Médico e Social da Vila Lobato (CMSC), em função do atraso da reforma do prédio. Iniciada em janeiro de 2011, tinha prazo previsto de 12 meses, mas já faz mais de 30 meses e a reforma, que custou aos cofres públicos mais de R$ 1,5 milhão ainda não está pronta. Foram cerca de oito aditamentos de prazo e preço e a obra não termina. A última data prevista de inauguração era 19 de junho, aniversário da cidade. Passado mais de um mês a obra está lá, inacabada. “Até quando a Prefeitura vai enrolar a população. Até quando os moradores de pelo menos sete bairros (Vila Lobato, Monte Alegre, Santa Luzia, Manoel Junqueira, Jardim Antártica, Cidade Universitária, conceição) ficarão sem atendimento adequado de pediatria, puericultura, ginecologia, obstetrícia. Até quando nós, alunos da USP, ficaremos sem o cenário ideal para aprendermos a atenção à saúde da criança e da mulher?”, questiona uma espécie de carta entregue às casas dos bairros. De acordo com a carta, no dia 24 haverá uma reunião do conselho de obra no próprio local da reforma. Aproveitando a ocasião do encontro, a carta convoca funcionários, alunos e cidadãos a protestar para pedir o final da reforma e reinício das atividades de Centro, onde funciona principalmente atendimento médico prestado por médicos e alunos do curso de Medicina da USP. Esta obra é mesmo o retrato do descaso e da falta de planejamento da Prefeitura. Não é possível admitir que o prazo de construção seja 150% maior que o previsto. Há algo de errado com a obra e a Administração municipal deve explicações.

CONSPIRAÇÃO CONTRÁRIA

Quando tudo se encaminha para a dificuldade, a situação colabora mais um pouco. Até no ano passado, a Apae de Ribeirão Preto recebia recursos estaduais que chegavam a R$ 930 mil por ano, mas acabou perdendo o convênio com o governo. Como faltaram recursos financeiros, os encargos sociais dos funcionários deixaram de ser recolhidos. Sem a certidão negativa de débito, não foi possível renovar o convênio. Resultado. A falta de um dinheiro em um momento ampliou o problema da escassez de recursos.

DENÚNCIA SEM NOMES

O ex-vereador Oliveira Júnior, que teve o mandato cassado em outubro de 2011, tem usado o Facebook para fazer denúncias contra a Administração Municipal. Na quinta-feira (18) escreveu o seguinte: “Incrível. No Daerp tem gente que antes da Darcy (Vera, prefeita de Ribeirão) ganhar a eleição estava falida. Hoje está milionária andando só em carrões, comprando apartamento e escritório na Fiúsa (Avenida João Fiúsa) e até da esposa largou. O enriquecimento ilícito é visível. Só os vereadores e os promotores fazem de conta que não enxergam. Pergunta: será que participam da roubalheira?” E ainda pergunta o que fazem o presidente do PR na cidade, o marido da prefeita Dárcy Vera e o secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior. Ele não faz, no entanto, acusações diretas e nominais.

NO ATACADO

O deputado estadual Welson Gasparini (PSDB) atendeu, em seu escritório regional de Ribeirão Preto, lideranças políticas de seis cidades da região, para ouvir os anseios das comunidades por eles representadas para encaminhá-los e defendê-los junto ao governo do Estado. Fizeram seus pedidos os representantes de Buritizal, Jeriquara, Nuporanga, Pedregulho, Igarapava e Restinga. Resta saber se o governo estadual terá “fôlego” para atendê-los.

COFRES ABERTOS

É bem possível que sejam atendidos, pelo menos em parte em suas solicitações. Uma liderança regional da cidade disse que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) começou a abrir os cofres do Estado para atender a municípios cujos prefeitos já estavam irritados com a demora do governo estadual. Como falta pouco mais de um ano para as eleições –e o tucano deve ser candidato à reeleição– é melhor ter aliados que adversários.

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