CAMPINAS

Prostitutas fecham rodovia em protesto contra PM

Cerca de 50 pessoas protestavam porque estariam sendo impedidas de trabalhar por policiais

Yasmine Souza
21/10/2013 às 22:11.
Atualizado em 26/04/2022 às 06:22
Manifestação de prostitutas e travestis que estão sendo impedidos de trabalhar no Jardim Itatinga, em Campinas (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )

Manifestação de prostitutas e travestis que estão sendo impedidos de trabalhar no Jardim Itatinga, em Campinas (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )

Prostitutas e travestis pararam a Rodovia Santos Dumont (SP-075), no sentido Indaiatuba, na tarde desta segunda-feira (21), para protestar contra a ação da Polícia Militar (PM) no bairro Jardim Itatinga, em Campinas. Quem passava pela região, por volta das 12h, precisou esperar por quase uma hora, sob o sol, enquanto os manifestantes faziam uma barreira humana, na altura do Km 70. Cerca de 50 pessoas protestavam porque estariam sendo impedidas de trabalhar por policiais da Força Tática, desde a última sexta-feira (18), quando o sargento Júnior Conejo do Prado foi morto no bairro durante um assalto. O tráfego de veículos só foi liberado na via com a chegada da PM. De acordo com Betânia Melo dos Santos, de 40 anos, representante da Associação Mulheres Guerreiras, durante o fim de semana as boates foram fechadas por policiais da Força Tática, algumas prostitutas foram agredidas e clientes impedidos de entrar no bairro. Uma das garotas de programa chegou a ter os braços quebrados durante a abordagem policial e precisou ser hospitalizada. “Só queremos abrir as boates e voltar a trabalhar”, disse Betânia. A comerciante Maria das Graças Dias mora no bairro e tem um bar, que desde sexta-feira está com as portas fechadas. “Uma filha veio me visitar e só conseguiu sair de casa hoje para ir embora. O policias proibiram os moradores de sair na rua o final de semana todo”, conta Maria. O comandante do 47º Batalhão da Polícia Militar de Campinas, Reinaldo Gomes, afirmou que o único registro de ilegalidade na ação dos policiais, durante todo patrulhamento intensivo do fim de semana, foi a agressão sofrida pela mulher colombiana que teve os dois braços quebrados durante a abordagem. “Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso será apurado. A PM não impediu o trabalho da profissionais e nem fechou estabelecimento. Estamos aqui para coibir todo o tipo de ato ilícito”, afirmou Gomes. O comandante também afirmou que a PM vai continuar as ações no bairro por tempo indeterminado. “Vamos continuar abordando carros e pessoas que estiverem pelas ruas do bairro para impedir novos crimes”, afirmou. Durante a paralisação, a poucos metros da rodovia, o gerente de uma das boates foi preso por tráfico de drogas. Rafael Alves de Souza, de 27 anos, estava deixando o local com tubetes de cocaína e dinheiro — a quantia e o valor não foram divulgados pela polícia — quando foi abordado. De acordo com a concessionária Colinas, o trânsito ficou parado por pelo menos 5km, do Km 75 ao 70, durante 45 minutos, das 11h50 até 12h35. O policial militar morreu na noite de sexta-feira, dia 18, no bairro Itatinga, após ser baleado nas costas vítima de latrocínio. O crime aconteceu por volta das 19h40, na Avenida Eldorado, via paralela à Rodovia Santos Dumont. Prado voltava do serviço sem farda e quando foi alvejado e teve a moto roubada. O caso foi registrado no 1º Distrito policial.

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