A implantação do controverso programa "Escola Sem Partido" foi refutada pelo legislativo estadual
A implantação do controverso programa “Escola Sem Partido”, proposta que surgiu em 2004 para combater a “doutrinação ideológica” nas escolas, foi refutada na Assembleia Legislativa de São Paulo. A Comissão de Educação e Cultura da Casa deu parecer contrário a dois projetos de lei que pretendiam instituir o programa no Estado, ao considerar a proposta inconstitucional. Os projetos ainda serão avaliados pela comissão de Finanças antes de ir à votação em plenário. Críticas Chamada de nova “Lei da Mordaça”, a proposta recebeu críticas do secretário estadual de Educação, José Renato Nalini. Segundo ele, a “Escola Sem Partido” compromete o espírito crítico dos alunos. A Procuradoria Geral da República também já considerou a proposta inconstitucional por diversos fatores. Entre eles, colocar um professor em eterna vigilância para evitar que ele afronte a convicção moral dos pais. FRASE "É uma vitória da sensatez, da democracia, da liberdade de exercício da profissão, do direito à pluralidade e da plena cidadania" - Do deputado Carlos Giannazi (PSOL), autor do relatório que rejeitou os projetos para implantar a proposta da “Escola sem Partido” Em análise O Senado ainda vai analisar projeto de lei inspirado na “Escola Sem Partido”. A proposta é de autoria do senador Magno Malta (PR-ES) e se aprovada será proibido que qualquer professor fale ou discuta posições políticas. Inspiração Não causaria espanto se algum vereador de Campinas apresentar um projeto para a implantação da proposta no município. Parlamentares da Casa têm adotado tom conservador. O retorno da disciplina moral e cívica nas escolas de Campinas, por exemplo, foi proposta pelo vereador Jorge Schneider (PTB) e vetado na Comissão de Constituição e Legalidade. No entanto, o autor do projeto não desistiu e continua tentando emplacar a proposta. Haja criatividade Dada a largada para a corrida eleitoral, os vereadores de Campinas começaram a lançar suas propagandas e slogans, alguns curiosos. Antonio Flôres (PSB) fez um trocadilho com seu sobrenome e seu slogan é “plante essa ideia”. Cidão Santos (PROS) optou por outro caminho: “Trabalhador e Ficha Limpa”. Já Edison Ribeiro (PSL) faz um autoelogio do seu trabalho e usa o slogan “Testado e Aprovado”. Em nome do pai Aliás, se você conhece os vereadores de Campinas que tentam a reeleição e alguns pré-candidatos na cidade já sabe que um dos lugares preferidos deles para pedir voto é nas igrejas. Basta dar uma olhadela nas fotos recentes postadas por eles. Todos estão em posição de prece, na tentativa de convencer seus eleitores de que a fé move montanhas e garante votos. A conferir. Correria! A votação dos projetos da Câmara de Campinas ocorreu em velocidade máxima ontem. Todos foram analisados em cerca de meia hora. A pressa para terminar os trabalhos era tanta que os vereadores chegaram a se enrolar ao ler a pauta. A surpresa foi que os vereadores se descuidaram e não derrubaram a sessão na última parte, reservada para discursos. Mas só o professor Alberto (PR) conseguiu falar, e, aí sim, a sessão foi esvaziada. Ver pra crer Há anos se discute a criação da Universidade Federal da Região Metropolitana de Campinas, que nunca saiu do papel. Agora, porém, parece que a proposta voltou a caminhar. A Comissão de Educação da Câmara deu aval ao projeto do deputado Roberto Alves (PRB-SP), que autoriza a criação da universidade. Para Orlando Silva (PCdoB-SP), relator da comissão, “a universidade proporcionará um novo polo de desenvolvimento”. O projeto segue agora para as comissões de Finanças e Tributação e Constituição e Justiça da Cidadania.