JULGAMENTO

Promotor pede absolvição de 25 réus por mortes no Carandiru

Promotoria decidiu que morreram 52, em vez de 73 presos, no segundo andar do Pavilhão Nove

Da Agência Brasil
02/08/2013 às 15:35.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:52
Imagem da Casa de Detenção de São Paulo, ou Carandiru, quando foi implodido em 2002 (Agência Brasil)

Imagem da Casa de Detenção de São Paulo, ou Carandiru, quando foi implodido em 2002 (Agência Brasil)

O julgamento do Massacre do Carandiru, que ocorre no Tribunal Criminal da Barra Funda, teve a apresentação da acusação encerrada às 13h30 para intervalo de uma hora de almoço. Durante a sua apresentação, a promotoria decidiu que morreram 52, em vez de 73 presos, no segundo andar do Pavilhão Nove da antiga Casa de Detenção. O promotor Fernando Pereira Filho disse que os 25 réus que atuaram nesse andar não foram responsáveis por essas mortes. A acusação falou durante três horas e apresentou diversas teses para comprovar que não teria ocorrido confronto entre presos e policiais. Os promotores disseram que a versão dos réus seria mentirosa. Foi apresentado um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontando que morreram 96% dos presos atingidos por disparos de armas de fogo durante a ação policial. A promotoria reafirmou que ação coletiva pode ser constatada pelo laudo que aponta que 71,6% dos tiros partiram de trajetórias distintas. Isso significa que um único preso recebeu tiros de vários policiais. “Foi ação coletiva, o grupo agiu em conjunto, um segurou o escudo, outro liderou ação. E todos [os policias acusados] admitiram ter atirado”, disse. O julgamento trata de ação policial destinada a reprimir rebelião em 1992, que resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. O caso ficou conhecido como o maior massacre de presídios brasileiros.

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