Pretende desenvolver um sistema de ciclovias integrado com o transporte coletivo
Ricardo Côrrea passou o dia pedalando em Piracicaba para observar os desafios (Justino Lucente)
O Plano Cicloviário de Piracicaba - que teve início há duas semanas - pretende desenvolver um sistema de ciclovias integrado com o transporte coletivo, com os locais de trabalho dos moradores e a democratização do espaço com os pedestres e automóveis. O objetivo é definir uma proposta que ofereça conforto e segurança, com infraestrutura adequada que contribua com o aumento de deslocamentos efetuados com bicicleta no município, até 2020.Segundo Ricardo Corrêa da Silva, arquiteto da TC Urbes, empresa que venceu a licitação para a elaboração do planejamento, a estimativa do Ministério das Cidades é que 3% dos deslocamentos urbanos de Piracicaba são feitos com bicicleta e 40% a pé. "Com a implantação de um sistema de ciclovias as pessoas terão mais uma opção e a probabilidade das que andam a pé, atualmente, passar a utilizar a bicicleta é grande. Ainda temos uma previsão, mas acreditamos que se as propostas do plano forem implantadas, até 2020, 12% das viagens poderão ser feitas com bicicleta".A TC Urbes foi contratada pelo valor de R$ 112 mil, conforme a Prefeitura de Piracicaba, para elaborar o Plano Cicloviário em 180 dias.Ontem, último dia do 2 Fórum do Plano Diretor de Mobilidade, realizado pelo Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba (Ipplap), no auditório do Centro Cívico, Ricardo Corrêa, falou sobre como o plano foi formulado, a fase em que está o estudo e também sobre suas impressões do sistema viário de Piracicaba. "Passei o dia todo pedalando pelo município e tivemos uma noção de que em 40 minutos é possível percorrer de bicicleta todo o centro expandido de Piracicaba".Para ele, os desafios do projeto serão integrar os bairros mais populosos com baixa qualidade de vida, entender onde está o emprego dessas pessoas, para definir os deslocamentos e os parques lineares que serão implantados pelo governo municipal. A ideia dos parques é criar espaços de uso para a população com ciclovias. PossibilidadePara o arquiteto, toda cidade pode se tornar "ciclável" e Piracicaba tem essa possibilidade. "É possível reduzir a velocidade dos veículos nas ruas, democratizar o espaço entre pedestres, ciclistas e motoristas de automóveis. Tudo depende da prioridade que se quer dar à via. Uma rua deve funcionar quase como uma praça, onde todos podem conviver e utilizar. Já as avenidas têm caráter de velocidade mais rápida e excluem pedestres e ciclistas".Ricardo Corrêa informou que está elaborando a segunda fase do plano, que é a avaliação da cidade. "Já elaboramos o plano de trabalho, dividimos a cidade em quatro grandes regiões e quatro ciclistas percorreram a cidade. Uma enquete realizada pela internet estará nos auxiliando. As perguntas foram colocadas no ar há dois dias e já recebemos a resposta de 108 pessoas. Isso nos mostrou que a cidade está realmente interessada no assunto".Participaram do fórum, ontem, cicloativistas da cidade e organizadores da Semana de Mobilidade, que foi promovida no mês passado. Segundo Mirian Rother, é importante o plano avaliar o deslocamento dos trabalhadores, que podem ser beneficiados com as ciclovias.Os integrantes também solicitaram maior participação da população no projeto, para que eles possam contribuir com sugestões e avaliar as propostas que serão sugeridas pela empresa, para a implantação do plano.Na próxima semana, o Ipplap irá promover nos dias 23, 24 e 25, o 2 Fórum Aberto dos Planos de Parques e Microcentralidades, às 18h30, no Centro Cívico. Veja também Limeira desenha mapa da 'rabeira' de bicicleta Motoristas estão preocupados com 'carona' perigosa Falta de ônibus faz morador usar carona, bikes e 'sola' Morador da periferia chega a caminhar 7km para chegar ao Centro