Leite foi o produto que mais subiu; aumento da farinha também encarece o pão francês
Quem gosta de começar o dia com um bom café da manhã está precisando colocar a mão no bolso em Ribeirão Preto. Produtos básicos da refeição mais importante do dia estão até 17,3% mais caros neste ano na comparação com o ano passado, segundo a Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
Na média, o preço do café (o pacote com 500 gramas) subiu 3,52% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2012. O pão francês também está mais salgado: o quilo do produto ficou 13,3% mais caro.
A inflação dos últimos 12 meses, na medição do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), está acumulada em 6,53%.
Mas o leite foi o produto que mais encareceu no período. O preço da caixa longa vida do leite desnatado (um litro) está 14,6% maior, segundo a Acirp. A maior variação do período também foi registrada com o leite. Em abril de 2012, ele custava em média R$ 2,05 em Ribeirão; agora sai por R$ 2,41 (variação de 17,3%).
Segundo Fred Guimarães, economista da Acirp, o aumento nos valores do leite está relacionado com o aumento de chuvas no começo do ano – o que prejudica a produção – e o início da entressafra. “Além disso, a oferta do produto não tem se expandido tanto assim, o que aumenta os preços”, afirmou.
Ele diz que, no caso da farinha (principal matéria-prima para o pão francês), há também uma forte competição com o mercado externo. “O mercado nacional não supre a necessidade por qualidade dos empresários, que precisam buscar a farinha em outros países, como a Argentina, e sofrem com taxas de importação”, disse.
Jean Riul, gerente de uma padaria na Zona Sul da cidade, disse que desde novembro a farinha que compra teve alta de 40% (de R$ 62 para R$ 98 a saca). Diante disso, teve que subir o preço do pãozinho. “Subimos 7%. Além da farinha, também tivemos mais gastos com aumento dos salários dos funcionários, aluguel e IPTU”, disse.
No caso do café, Guimarães conta que uma lei do ano passado, que exige a equiparação do produto vendido no mercado interno com o que é exportado, pode ser responsável pelo aumento. “Além de muitos outros fatores que sempre interferem, principalmente nos alimentos”, afirmou.