CAMPINAS

Presos ajudam em reforma de distrito policial

Alguns temem hostilidade na prisão por 'ajuda'a policiais

Patrícia Azevedo
05/06/2013 às 05:02.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:33

Reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária Ataliba Nogueira, em Campinas, estão trabalhando na pintura das delegacias de polícia da cidade.

Há mais de uma semana, um grupo com cinco homens se dedica a pintar o interior do 1º Distrito Policial (Botafogo), conhecido como a Central de Flagrantes, local para onde são levadas as ocorrências que culminam com a prisão de criminosos.

“É uma cena inusitada você entrar numa delegacia e ver presos pintando as paredes”, comenta a aposentada Rose Silva, que passou pelo 1º DP.

Os próprios reeducandos contam que no início se sentiram constrangidos em trabalhar em um ambiente cheio de policiais. “Ainda tem muito preconceito em relação à gente, todo mundo estranhou um pouco no começo, mas depois fomos nos acostumando”, contou um dos detentos, preso por homicídio.

Outro reeducando disse que a pior repercussão do trabalho é entre outros presos, que não veem com bons olhos o fato de um detento trabalhar na polícia.

“Tem muita gente com mente pequena que não vê que a gente só quer é trabalhar para sair logo daqui.”

Os presos trabalham entre as 7h e 15h e, além de usarem tornozeleiras eletrônicas, no caso daqueles que foram condenados por crimes hediondos, são acompanhados de perto por um educador ligado à Prefeitura de Campinas.

Para cada três dias trabalhados, os reeducandos conseguem reduzir um dia da pena, além de receberem um salário. A solicitação da mão de obra foi feita pela Polícia Civil, que forneceu as tintas para a pintura.

“Além de tudo, a comida aqui é melhor”, afirmou outro reeducando, um professor que cumpre pena por tráfico de drogas. Ele conta que está acostumado a trabalhar em ambientes policiais.

“Essa não é a primeira vez, já participei da reforma dos banheiros do 5º Distrito Policial e faço de novo quando terminar aqui”, contou.

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