PLANTAS E BICHOS

Preservar não basta, é preciso diversificar

Entidade atua há quase 4 décadas na proteção das espécies

Projeto Ambiental
faleconosco@rac.com.br
18/10/2013 às 14:57.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:34

Vanessa Tanaka* A luta pela preservação da flora e da fauna não se restringe a um projeto ou movimento e sim a ações constantes, e é dessa forma que a Sociedade Protetora da Diversidade das Espécies (Proesp), organização não governamental (ONG) e sem fins lucrativos, trava sua batalha. Ela incentiva a criação e defesa de reservas naturais, ampliação de áreas de preservação, combate à caça e ao aprisionamento das espécies silvestres, recuperação das matas ciliares, estratégias para programas de proteção e controle e conservação dos recursos hídricos no estado.  A entidade participou ativamente durante a elaboração dos capítulos de meio ambiente das constituições federal e estadual com sugestões para a sua redação, na arborização campineira e na fundação da Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema), que mais tarde veio a se tornar o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Segundo a presidente da Proesp, Márcia Correa, a ONG foi uma das mais atuantes na preservação da Mata Santa Genebra e no processo de doação da área verde para Campinas. Sua importância nesta luta foi tão efetiva que hoje tem assento vitalício na Fundação José Pedro Oliveira. “Apesar de termos dado um passo importante, as atividades continuam firmes e incansáveis e esse reconhecimento só nos fortalece para continuar o trabalho”, diz.  Também trabalhou por vários tombamentos junto ao Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), da grande maioria das matas e prédios históricos, como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e seu arboreto Fazenda Santa Eliza. Da lista, também constam a Mata de Santa Genebra e suas áreas brejosas, mata da Fazenda Santana, mata do Ribeirão Cachoeira, Bosque dos Jequitibás e Serra do Japi, além de processos de tombamentos para a proteção do Recanto Yara, em Barão Geraldo. Exemplo O IAC, devido à sua grande diversidade  vegetal, o que propicia substrato alimentar e condições de sobrevivência para os pássaros, se tornou o exemplo material que motivou a criação da Proesp para estender a outros parques e locais a diversidade de espécies vegetais e possibilitar condições de sobrevivência da fauna.  Em 13 de abril de 1977, foi finalmente fundada por um grupo de intelectuais e agrônomos do IAC e cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), como Condorcet Aranha, Hermógenes Leitão Filho, o mesmo que hoje dá nome ao Parque Ecológico de Barão Geraldo, e Hermes Moreira de Souza. Este último, ambientalista respeitado, coletou e plantou centenas de espécies de plantas brasileira no município, como fez no parque do Instituto Agronômico.  Além disso, dois hectares de mudas foram espalhados pela cidade e na Fazenda Santa Elisa, hoje denominada Núcleo Experimental de Campinas, o que constituiu o denominado complexo do Monjolinho, com mais de 2 mil espécies de plantas preservadas. Nesse local, cerca de 30 espécies de pássaros, entre migratórias e permanentes, conseguiram se estabelecer e procriar face à diversidade vegetal existente. Troca de sementes deu muitos frutos No início de suas atividades, as reuniões semanais da Proesp sempre foram um mercado livre de troca de sementes, nas quais cada associado era um produtor de mudas, seja em sua casa, chácara ou local de trabalho. As mudas formadas eram plantadas por membros e voluntários em praças de Campinas e região, como aconteceu na porta do Bosque dos Jequitibás. Para ampliar a área verde do parque, foi feito o plantio de 200 espécies vegetais arbóreas em um único dia.  A instituição também distribuiu mudas gratuitamente para clubes, escolas, parques infantis, igrejas, indústrias e propriedades particulares, pois para ela, o intuito dessas ações era mostrar que não bastava arborizar, e sim diversificar para preservar. A arborização urbana foi sempre uma marca da entidade. “Fomos pioneiros na formação de viveiros na cidade e na criação de mudas de árvores nativas diversificadas para aumentar as áreas verdes urbanas e atuar em projetos educativos”, conta a presidente da entidade, Márcia Correa.  Desde sua fundação, muitos contribuíram para que a entidade fosse a mais atuante e vanguardista na questão ambiental do Estado de São Paulo, como Luiz Pegoraro, major Pedro Beraldo, Roseli Torres, Carlos Vageler, Walmir Geraldi, entre outros. Nos dias atuais, a entidade restringe suas atividades mais à área administrativa, na fomentação de ações preventivas, tombamentos e apoio às ações ligadas ao meio ambiente.

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