JULGAMENTO

Prescrição de crimes pode beneficiar réus do Mensalão

Se for absolvido do crime de quadrilha, Dirceu deixa de cumprir pena em regime fechado

Da Agência Estado
19/09/2013 às 10:39.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:01
Condenados pelo STF no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os deputados José Genoino e João Paulo Cunha não integrarão mais o Diretório Nacional do PT, a partir de 2014 (Agência Brasil)

Condenados pelo STF no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os deputados José Genoino e João Paulo Cunha não integrarão mais o Diretório Nacional do PT, a partir de 2014 (Agência Brasil)

A decisão do Supremo Tribunal Federal de fazer um novo julgamento do processo do mensalão abrirá a oportunidade para que 12 dos 25 réus tenham direito de cumprir penas menores ou até se livrar das punições por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Confira o vídeo: Campineiros estão indignados com decisão do STF no Mensalão Caso não consigam ser absolvidos, os condenados podem ainda se beneficiar da prescrição dos crimes. Isso vai ocorrer, por exemplo, se as penas aplicadas pelo crime de formação de quadrilha, caso confirmadas, no novo julgamento, forem inferiores a dois anos de prisão. Oito réus podem se beneficiar disso: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT e deputado federal José Genoino (SP), o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério, seus ex-sócios Ramon Rollerbach e Cristiano Paz, e os ex-dirigentes do Banco Rural José Roberto Salgado e Kátia Rabello. Se for absolvido do crime de quadrilha, Dirceu deixaria de cumprir pena em regime inicialmente fechado. A Corte também pode rever a decisão de cassar imediatamente os mandatos dos parlamentares condenados na ação penal. A aposta dos advogados dos condenados é que a mudança dos integrantes do Supremo desde o julgamento encerrado em dezembro do ano passado garanta resultados favoráveis. Votos duros pela condenação, os ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto aposentaram-se, enquanto os ministros Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso - que já sinalizaram em outros processos simpatia às teses das defesas - chegaram à Corte. No caso das punições por formação de quadrilha, as chances de reversão das condenações em um novo julgamento são consideráveis. Ao contrário da decisão no processo do mensalão, Barroso e Teori Zavascki, no julgamento do senador Ivo Cassol (PP-RO), em agosto, entenderam que para se configurar uma quadrilha é necessário estabilidade entre os réus que praticam determinado crime. Caso ocorra mudança de posição, oito réus podem se livrar do crime. O tribunal também pode mudar a decisão do Supremo de cassação imediata dos mandatos. Ao apreciarem o caso do deputado presidiário Natan Donadon (sem partido-RO) em junho, Barroso e Teori se perfilaram à tese segundo a qual cabe à Câmara dos Deputados ou ao Senado à palavra final sobre a perda de mandato de um parlamentar condenado criminalmente. Veja também Planalto e cúpula do PT mantêm discrição No Executivo, a ordem é evitar comentários sobre a medida tomada pelo Judiciário Delúbio posta no twitter música 'Because we can' Ex-tesoureiro do PT é um dos 12 réus beneficiados pelo Supremo com um novo julgamento Fux é o relator do novo julgamento do mensalão Caberá a ele dar o 1° voto sobre os pedidos de absolvição e redução da pena dos 12 dos 25 réus Celso de Mello aceita embargos; 12 réus terão novo julgamento José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, dentre outros, terão direito a uma segunda análise

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