Quadrilha chegou a sequestrar uma mesma pessoa duas vezes e propôs parcelamento do resgate para continuar extorquindo a vítima
Suspeito é encaminhado por policial após ser preso por participar de sequestro de colombianos em Campinas (Alenita Ramirez/AAN)
A Delegacia Especializada Antissequestro (DEAS) de Campinas prendeu, na madrugada desta quinta-feira (9), dois homens acusados de integrar uma quadrilha especializada em sequestrar colombianos em Campinas e região. A prisão ocorreu em Campinas, mas o cativeiro ficava no bairro Matão, em Sumaré. A operação continua durante a tarde desta quinta. A Polícia Civil continuará investigando o caso e a expectativa é de que mais prisões sejam efetuadas durante o dia. De acordo com o delegado Edson Aidar, pelo menos oito pessoas foram vítimas da quadrilha, algumas até por duas vezes. A policia chegou aos criminosos depois que um colombiano procurou o Deas na última terça-feira (7) para dizer que um amigo tinha sido sequestrado por criminosos brasileiros e que exigiam pagamento de resgate, cujo valor não foi informado. Segundo este colombiano, era a segunda vez em 15 dias que o amigo era sequestrado e os bandidos pediam resgate. Na primeira vez ele pagou, mas desta vez queria a ajuda da policia. O DEAS passou a orientar e monitorar os contatos e foi marcado um local para a entrega do resgate no mesmo dia, mas os bandido não foram. Na última quarta-feira (8), os criminosos voltaram a ligar e foi marcado um encontro em uma rua em frente ao Shopping das Bandeiras, no Jardim Ipaussurama, em Campinas. A vitima foi até o local acompanhado de ao menos 20 policiais do 11° DP , do garra e do DEAS, que ficaram escondidos. Felipe Góes, 22 anos, e Pedro Ivo Alves Pereira, 37 anos, chegaram a pé, pegaram o dinheiro com a vitima, que estava ao lado do carro, e caminharam cerca de 20 metros, quando foram detidos. A suspeita é que um comparsa dava cobertura de carro. Um deles confessou onde era o cativeiro, mas a policia chegou lá e já não tinha mais ninguém. A vitima, de 28 anos, foi liberada perto de um posto de combustível, no mesmo bairro. Segundo a policia, os criminosos usavam o mesmo cativeiro, um apartamento no condomínio Serra Negra, no bairro Matáo, em Sumaré. O imóvel era de Pedro (camisa preta). As vitimas são vendedores ambulantes de roupas que vendem em Campinas e Região. Os sequestros teriam começado ha cerca de 15 dias. Elas eram levadas para uma chácara onde eram torturadas e agredidas e, em seguida, para o apartamento, onde ficavam presos até o pagamento de resgate por amigos ou familia. Os colombianos moram em Campinas e os valores pedidos para libertar os sequestrados girava entorno de R$ 5 a R$ 12 mil.Um colombiano que foi sequestrado na segunda-feira foi agredido e ameaçado de ter os dedos cortados. Cada dedo valeria R$ 2 mil. Na negociação, a vitima de extorsão disse que não tinha o valor pedido e então o valor do resgate foi reduzido, para ser pago de forma parcelada. O delegado Edson Aidar acredita que os criminosos façam parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).