Está procurando empresas visando a implementação e operação de unidade de resíduos sólidos da construção civil e aproveitamento do material na pavimentação de vias
Usina Recicladora de Materiais da construção civil instalada no Jardim Caetano: Prefeitura quer aumentar reciclagem e evitar o descarte incorreto ( Cedoc/RAC)
A Administração municipal de Campinas está chamando empresas para estudos visando a implementação e operação de unidade recicladora de resíduos sólidos da construção civil e aproveitamento do material na pavimentação de vias. A unidade existente na Estrada da Mão Branca não dá conta da demanda — de 572,6 mil metros cúbicos (m3) de materiais recebidos no ano passado, a unidade conseguiu reciclar apenas 79,2 mil m3. Pouco para uma cidade que, segundo estimativa do setor da construção civil produz 3,5 mil toneladas diárias das quais apenas 1,2 mil toneladas são recicladas e utilizadas na manutenção de ruas e estradas vicinais não pavimentadas. O restante das 2,3 mil toneladas é jogado em rios e terrenos baldios trazendo impactos ambientais, ou vai para um aterro particular que está quase esgotado. O chamamento público foi publicado nesta no Diário Oficial junto com a autorização para que a primeira empresa interessada, a Galvani Engenharia, realize estudos, em 120 dias, para a implementação e operação de uma unidade de recicladora de materiais para processamento de resíduos da construção civil e pavimentação de vias e recuperação de áreas degradadas com o material. A empresa se propôs, no ano passado, a realizar o estudo e recebeu este mês o aval da Comissão de Gerência do Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas. Ela terá também que apresentar propostas que criem condições institucionais e econômico-financeiras de atuação da Secretaria Municipal de Serviços Públicos em projetos associados na área de resíduos sólidos em Campinas.É o segundo chamamento público que a Prefeitura faz para ter projetos propostos pela iniciativa privada — a primeira Manifestação Pública de Interesse Privado (MPIP) visou a implementação de reservatórios de água bruta em Campinas.O mecanismo permite que a Prefeitura receba projetos de infraestrutura sem necessidade de licitação, economizando tempo e dinheiro. Se o projeto for considerado viável, então é feita a licitação para a implantação do empreendimento. Quem propôs o projeto pode participar da licitação. Se vencer, ficará encarregado de fazer a obra ou o investimento. Se outro ganhar, o valor do projeto ficará embutido no preço da obra. A remuneração ocorrerá com a concessão do serviço para exploração por quem vencer a concorrência. Segundo a Prefeitura, a atual unidade de reciclagem não tem cumprido de forma eficaz os princípios de gerenciamento enunciados. O gerenciamento tem sido restrito somente à etapa de disposição final destes resíduos em aterro, sem processos prévios corretos de gestão, que somente acarretam em novas áreas de passivos ambientais. A Prefeitura quer um novo modelo, em que o gerador se responsabilize pela triagem dos materiais na origem.Tijolos, telhas, pedras, ferro, madeira, enfim, os resíduos de demolição, reformas e construção são um dos grandes problemas ambientais de Campinas. A ideia da Administração é reciclar o máximo possível e coibir a prática de descarte incorreto. O gerador do resíduo é o responsável pelos materiais. Se ele contrata caçamba tem que garantir que o conteúdo será levado ao local correto.