CAMPINAS

Prefeitura libera ressonância no Hospital Vera Cruz

Três morreram no dia 28 de janeiro após serem submetidas ao exame no hospital campineiro

Da redação
25/03/2013 às 21:02.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:03
Hospital Vera Cruz, em Campinas, onde aconteceram as mortes (Elcio Alves/AAN)

Hospital Vera Cruz, em Campinas, onde aconteceram as mortes (Elcio Alves/AAN)

Depois de quase dois meses, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas liberou nesta segunda-feira (25) a realização de exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, onde três pessoas morreram no dia 28 de janeiro após serem submetidas ao exame.

A liberação vale apenas para os teste que não fazem uso de contraste. A liberação parcial dos testes foi publicada no Diário Oficial de sexta-feira (22), mas a Clínica Ressonância Magnética Campinas (RMC) só tomou conhecimento sobre a decisão hoje. A partir desta sexta, a agenda da clínica está aberta aos pacientes.

Segundo a diretora do Devisa, Brigina Kemp, não há mais motivos para manter o setor interditado, uma vez que desde o início das investigações nada foi apontado de problema nos equipamentos que realizam o exame.

"Notamos uma creta preocupação da clínica em resolver os problemas apontados, principalmente no que diz respeito a rastreabilidade, e vimos que todas as medidas corretivas foram adotadas. Eles se adequaram, fizeram novos treinamentos com funcionários e do ponto de vista da segurança, o local está libertado" , disse a diretora. A empresa havia sido autuada, em fevereiro, por falhas no preenchimento das fichas das vítimas.

Brigina também ressaltou que antes da decisão, conversou com o delegado José Carlos Fernandes, titular do 1º Distrito Policial, para saber se a liberação não atrapalharia as investigações. "O delegado também avaliou que do ponto de vista das investigações não haveria problema" . Ontem, a polícia informou que Instituto Adolfo Lutz divulgou os laudos parciais dos exames colhidos nos paciente. Esses resultados serão somados aos do laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entretanto, o Lutz adiantou que não há presença de bactérias nos medicamentos usados nos pacientes. Ainda não há nada conclusivo sobre o caso.

A assessoria da RMC informou que nenhum paciente foi submetido a exames ontem e que a retomada dos exames depende dos pacientes. Não há estimativa de prejuízos da clínica com a suspensão dos testes desde o fim de janeiro.

O caso

Três pessoas, com idades entre 25 e 38 anos, morreram no dia 28 de janeiro, após a realização de exames de ressonância magnética no hospital Vera Cruz. Após os óbitos, o setor foi imediatamente interditado pela Vigilância de Saúde do município.

A primeira a passar mal foi Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, que fez o exame e foi liberada. Mas passou mal e teve de voltar para o pronto-socorro do hospital, onde morreu. As outras vítimas, Manuel Pereira de Souza, de 38 anos, e Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos, morreram logo após a realização da ressonância. Todos realizaram o exame na cabeça e fizeram uso do contraste.

Eles tiveram parada cardiorrespiratória. O caso veio à tona na manhã do dia seguinte. Desde então, uma comissão investiga as causas das mortes.

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