MEIO AMBIENTE

Prefeitura de Campinas quer voltar a usar Aterro Delta A

O objetivo é reduzir o valor gasto com o transporte do lixo para Paulínia, feito desde abril de 2014; governo vai encaminhar estudo para a Cetesb na tentativa de reativar aterro por até mais seis anos

Sarah Brito
15/07/2015 às 05:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:49
O prazo para entrega é o dia 26 de julho, quando o órgão recebe a documentação e avalia a possibilidade de reativação do Delta A (Janaina Ribeiro/Especial para a AAN)

O prazo para entrega é o dia 26 de julho, quando o órgão recebe a documentação e avalia a possibilidade de reativação do Delta A (Janaina Ribeiro/Especial para a AAN)

A Prefeitura de Campinas quer retomar a operação do Aterro Delta A — desativada desde o ano passado — por mais um período, estimado de três a seis anos. O objetivo é reduzir o valor gasto com o transporte do lixo para Paulínia, feito desde abril de 2014. Para obter autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o Executivo termina um estudo de risco para utilizar novamente parte do aterro. O prazo para entrega é o dia 26 de julho, quando o órgão recebe a documentação e avalia a possibilidade de reativação do Delta A. No total, são gastos R$ 121,5 milhões anuais com o manejo do lixo, sendo que R$ 36 milhões são destinados para transporte e depósito dos resíduos em Paulínia. Para obter a autorização, o estudo se baseia em três fatores de risco: ambiental, geotécnico (estabilidade do solo) e econômico. Além disso, o Executivo também alegará que preparou uma área provisória para receber o lixo no Delta A, além de construir no local uma estação de transbordo. O edital para construir a estação está em fase de elaboração. A intenção seria aproveitar o rebaixamento natural do maciço do lixo, que ocorre com o tempo, para utilizar novamente a diferença de espaço ocupado. “O aterro tem histórico favorável, já foi avaliado com qualidade alta pela Cetesb. E agora vamos mostrar que a área ainda tem condições técnicas de receber resíduos. Os instrumentos lá permitem isso”, disse o diretor do Departamento De Limpeza Urbana (DLU), Alexandre Gonçalves. Essa estação será um fosso, concretado, com proteção contra água de chuva e captação de lixo. Enquanto essa estação não é construída, o lixo recolhido na cidade será depositado no chão, em área que foi impermeabilizada dentro do aterro, e recolhido pela Estre. Desde abril do ano passado, as cerca de 1,2 mil toneladas diárias de lixo doméstico produzidas em Campinas passaram a ser depositadas em Paulínia, no Centro de Gerenciamento de Resíduos (CGR) da Estre Ambiental, empresa que já recebe os resíduos de cerca de 15 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). A interrupção do depósito de lixo no Aterro Delta A ocorreu pelo fim da vida útil daquele local, que desde 1992 recebe os resíduos domésticos de Campinas. Desde que foi criado, teve sua licença ambiental prorrogada ao menos três vezes. Estima-se que cerca de 10 milhões de toneladas de lixo estejam depositadas no local, que continuarão a ser monitoradas por pelo menos mais 30 anos. Se o local voltar a receber resíduos, esse prazo irá se estender ainda mais. Como é hojeAtualmente, os resíduos são coletados pela Renova Ambiental e levados a uma estação de transbordo no Delta A, para partir daí, ser transportado por caminhões da Estre até Paulínia. Caso o uso do Delta A não seja autorizado, os resíduos devem continuar sendo encaminhados para Paulínia por mais dois ou três anos, até que seja realizado um novo edital, mais complexo, e que atenda o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O Ministério do Meio Ambiente prorrogou para 31 de agosto de 2015 o prazo que venceu no ano passado — que determina que seja depositado nos aterros somente o lixo que não é passível de ser reciclado. Além disso, a elaboração do plano é condição para que estados e municípios tenham acesso a recursos da União, desde 2 de agosto de 2012.

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